O cardeal Américo Aguiar afirmou esta quarta-feira que as instituições de apoio social da diocese de Setúbal “recebem anualmente cerca de 30 milhões de euros do Estado, mas precisam de arranjar mais 15 milhões para manterem as suas atividades”.

“Um problema que não podemos esquecer é que o custo da manutenção e do quotidiano destas casas é um custo que não é coberto totalmente por aquilo que é o apoio do Estado. Eu fui testemunha, várias vezes, da vontade do ex-primeiro-ministro António Costa de garantir os 50%, mas nós andamos nos 36% ou 38%. E isso significa que as instituições têm de providenciar o que falta”, disse o cardeal, atual bispo de Setúbal.

“As instituições que estão na tutela, na dependência ou no território da diocese de Setúbal, recebem quase 30 milhões de euros, mas têm que arranjar mais 15 milhões de euros”, acrescentou o cardeal Américo Aguiar, advertindo para as dificuldades financeiras deste tipo de instituições.

O cardeal, que falava à agência Lusa depois de uma visita ao renovado Lar Acácio Barradas, classificou a visita como um sinal de “agradecimento, homenagem, gratidão pelo trabalho feito pela coragem de renovar e de inovar” da Misericórdia de Setúbal.

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“Quem visita agora este lar Acácio Barradas fica surpreendido muito positivamente pelas respostas novas, pela luz direta, pela modernização dos serviços”, sublinhou Américo Aguiar.

Segundo o Provedor da Misericórdia de Setúbal, Cardoso Ferreira, o investimento global na requalificação do Lar Acácio Barradas foi de cinco milhões de euros, comparticipado pelo Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES).

“O Lar Acácio Barradas tem capacidade para 43 pessoas, das quais 32 com acordo de cooperação com a Segurança Social, e as restantes em regime particular, porque foi contraído um empréstimo significativo, que também tem de ser pago”, disse.

Segundo Cardoso Ferreira, a Misericórdia de Setúbal tem atualmente um total de 265 pessoas residentes em por quatro lares — Acácio Barradas, Paula Borba, Centro de Apoio a Idosos Dependentes (CAID) e Centro de Apoio à Terceira Idade (CATI).

Presta ainda apoio domiciliário a 110 pessoas e dispõe de uma clínica de medicina física e reabilitação, que atende em média cerca de 100 pessoas e garante cerca de metade dos tratamentos de fisioterapia dos hospitais de São Bernardo e do Outão, que integram a recém-criada Unidade Local de Saúde (ULS) de Setúbal.