(Em atualização)

Pelo menos duas pessoas morreram esta segunda-feira quando o Beryl atingiu esta segunda-feira de madrugada os Estados Unidos, poucas horas depois de ter sido classificado novamente como furacão de nível 1. Chegou ao território norte-americano às 4h36 da manhã, hora local (10h36 na hora de Portugal Continental), na praia de Matagorda, na costa do Texas, com ventos que registaram os 128 quilómetros por hora.

Os dois mortos são uma mulher de 74 anos, que não resistiu aos ferimentos causados pela queda de uma árvore no telhado da casa onde vivia, na zona norte de Houston, revelaram as autoridades locais. A outra vítima mortal é um homem, que vivia em Atascocita, também na zona norte de Houston, estado do Texas. A casa também foi atingida por uma árvore.

Os ventos fortes e a chuva torrencial deixaram mais de dois milhões de pessoas sem eletricidade. O New York Times revela que a maioria das casas sem energia elétrica estão na parte leste do estado do Texas.

A tempestade, que representa uma ameaça de morte, e a precipitação intensa, já estão a ocorrer em algumas zonas do Texas. Foram registados ventos com força de tempestade tropical e rajadas de vento com força de furacão ao longo da costa, que continuarão a propagar-se para o interior”, alertou o Centro Nacional de Furacões (NHC) em comunicado, esta segunda-feira de manhã, minutos depois de o Beryl atingir o litoral.

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O Centro tem emitido alertas regulares sobre a evolução do furacão, desde que este se formou, mas depois do rasto de destruição que deixou nas Caraíbas, onde causou pelo menos dez mortos, as autoridades norte-americanas reforçaram os apelos aos civis para que evacuassem as zonas costeiras.

Furacão Beryl atingiu categoria de “potencialmente catastrófico” e aproxima-se da Jamaica após devastar Granada, nas Caraíbas

Contudo, temem que os avisos não estejam a ser levados tão a sério como deviam. “Uma das coisas que nos preocupa um pouco é o facto de termos olhado para todas as estradas que saem da costa e os mapas ainda estão verdes. Portanto, não vemos muitas pessoas a sair”, alertou o vice-governador do Texas durante o fim de semana, citado pelo The Guardian.

Apesar de ter perdido força em relação às Caraíbas, Dan Patrick destaca que o furacão ainda representa “uma ameaça séria para os [sete milhões de] texanos”, abrangidos pelos alertas. O vice-governador alertou ainda para a possibilidade de cheias e falhas de energia, que se verificaram ainda antes do Beryl chegar a terra: na manhã de segunda-feira, 146 mil habitantes tinham ficado sem eletricidade, relatou o Houston Chronicle. Outros media locais partilharam ainda imagens das chuvas fortes, semelhantes às que se espalham pela internet.

Antecipando o primeiro furacão da época, o Centro de Furacões desmultiplicou-se em avisos. Às autoridades civis pediu que “acelerassem a preparação”.

Aos civis, pediu que seguissem as indicações das autoridades. “Se vive na zona de evacuação por tempestade, comece a preparar-se para o caso de as autoridades locais lhe pedirem para sair”, declarou o diretor do NHC numa entrevista à imprensa local.

No domingo à tarde, o porto de Corpus Christi foi o primeiro a encerrar, medida que se repetiu depois em Houston, Galveston, Freeport e cidade do Texas. Também a Space X relatou o encerramento dos portos. A empresa de Elon Musk, que opera a partir da ilha de South Padre, na costa dos EUA, publicou um vídeo em que mostra as aeronaves e as gruas de construção a serem recolhidas, em preparação para os ventos fortes.

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), este é o primeiro furacão da época, que se prolonga entre o início de junho e o final de novembro. É ainda o primeiro furacão alguma vez registado a atingir o nível 5 tão cedo na época. Desde o final do século XIX, a NOAA relata que 109 sistemas tropicais, de diferentes categorias, já atingiram o Texas, mas alerta que a frequência destes fenómenos extremos deve aumentar, devido às alterações climáticas.

O Beryl atingiu Granada há mais de uma semana, onde aumentou de violência, para um furacão de categoria 5. Depois, seguiu para as restantes ilhas das Caraíbas e Venezuela, onde causou a morte a pelo menos dez pessoas. Em seguida, baixou para a classificação de tempestade tropical, antes de seguir para o México, mais especificamente a península do Iucatã, onde não se registaram mais vítimas.

Beryl desce para tempestade tropical na passagem pelo México, onde não provocou vítimas. Voltará a ganhar força antes de chegar ao Texas

Alimentado pelas águas quentes do golfo do México, o Beryl voltou a crescer até furacão, onde atingiu a costa do Texas. Depois do Texas, deve seguir para o Mississipi e os restantes Estados do midwest norte-americano, onde se prevê que perca novamente a força e se torne num ciclone pós tropical, ainda com chuvas fortes e possibilidade de inundações.