O mercado publicitário português deverá crescer cerca de 10% este ano, estimando-se receitas na ordem dos 880 milhões de euros, de acordo com as conclusões do relatório de junho do grupo IPG Mediabrands divulgadas esta segunda-feira.

O relatório é elaborado pela Magna, unidade de intelligence do grupo IPG Mediabrands que fornece dados e análises que apoiam as estratégias de investimento das equipas das agências e clientes, que garantem uma vantagem competitiva no mercado, segundo a empresa.

O mercado publicitário português deverá aumentar cerca de 10% em 2024 para 880 milhões de euros, semelhante ao comportamento registado em 2023 com um crescimento de 10%”, sendo que esta é uma “tendência positiva que acompanha as previsões do FMI, que estimam que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano, crescimento acima da média europeia”, refere o estudo.

Para este desenvolvimento, “destaca-se ainda a resiliência do mercado de trabalho”, uma vez que “o emprego continuou a aumentar, sustentado pela elevada criação de novos empregos, e a taxa de desemprego manteve-se baixa, próxima dos níveis de 2019, assim como o número de agregados familiares com desempregados“.

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O estudo aponta ainda que “esta evolução, combinada com o crescimento dos salários reais, teve um impacto positivo na situação financeira das famílias, com ganhos no rendimento disponível real nos últimos três anos”.

As receitas publicitárias “do digital deverão ter um crescimento de cerca de 20%“.

Por segmentos de publicidade digital, as previsões apontam “para um aumento no vídeo de 20%, enquanto o search deverá crescer mais de 15% e redes sociais cerca de 26%, impulsionando o digital”.

Este ano, “os outros meios também registarão crescimento de cerca de 5%, através do aumento das receitas publicitárias em televisão, cerca de 1,4%, e em rádio com subida a dois dígitos que permitirá recuperar a sua quota de mercado tradicional de 6%, que tinha descido em 2023″.

A publicidade fora de casa OOH (Out-Of-Home, em inglês) “continuará a mostrar o seu dinamismo, ainda que com taxas de crescimento mais baixas que as registadas nos dois últimos anos, manterá um crescimento robusto” e os investimentos em imprensa “deverão manter-se estáveis e representar cerca de 2% do investimento total publicitário”.

Neste contexto, e olhando para os diversos setores de atividade, os mercados automóvel, retalho, telecomunicações, banca, indústria farmacêutica e viagens e turismo “são os principais motores de crescimento do mercado publicitário”, sendo que “também as apostas têm vindo a crescer desde 2022 e prevê-se que continuem a sua evolução positiva” este ano.

Em termos de projeções para os próximos anos, “a IPG Mediabrands prevê que o mercado publicitário português cresça cerca de 7%, acompanhando o crescimento do PIB [produto interno bruto] de 2,1% e uma inflação de cerca de 3%”.

Até 2028, “prevê-se que o crescimento do mercado estará essencialmente assente no digital, que deverá representar cerca de metade do mercado publicitário, com televisão a registar a maior quebra”.

Para Natália Júlio, responsável da Magna, citada em comunicado, “2024 será um ano com uma performance positiva, mantendo cada meio tendências semelhantes às registadas em 2023, com digital e Out-of-Home a impulsionar o crescimento do mercado”.