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Depois de na semana passada se encontrar primeiro com Zelensky, em Kiev e depois com Putin, em Moscovo, Viktor Orbán aterrou esta segunda-feira para uma visita surpresa em Pequim, onde se reuniu com Xi Jinping.

“Missão de paz 3.0”, foi a legenda da imagem que o primeiro-ministro húngaro escolheu para a primeira fotografia que publicou na sua conta oficial na rede social X ao ser recebido pela ministra dos Negócios Estrangeiros chinesa.

Cinco horas depois, partilhava nova fotografia, já com Xi Jinping, onde explicava que a China “é a peça-chave pra criar condições para a paz na guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, frisando que visita Pequim dois meses depois de o Presidente chinês ter estado em Budapeste.

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A visita de Orbán a Moscovo foi duramente criticada pelo presidente do Conselho Euroepu Charles Michel, pelo chefe da diplomação da UE, Josep Borrel e pela líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lembrando que o facto de a Hungria ter assumido a presidência rotativa da UE não lhe confere qualquer mandato para negociar a paz.

Orbán respondeu que isso é verdade, e que está apenas a ouvir as várias partes, pois, afirmou, não se alcança a paz a partir de uma poltrona confortável em Bruxelas.

E no mesmo dia em que visitava Moscovo, publicava um artigo de opinião na Newsweek com o título de que o objetivo da NATO é a paz, não uma guerra interminável. E publicava um parágrafo desse texto na rede social X onde dizia “que a experiência da Hungria é a de que quando uma aliança muda o seu foco de evitar conflito para procurar o conflito, compra um bilhete para a derrota”:

No final da reunião com Xi Jinping, Orbán elogiou as “iniciativas construtivas e importantes” da China para alcançar a paz e descreveu Pequim como uma força estabilizadora num período de turbulência global, citou-o a televisão estatal CCTV.

É que, argumentou o líder húngaro no Facebook, para além da Rússia e da Ucrânia, o fim da guerra “depende da decisão de três potências mundiais, os Estados Unidos, a União Europeia e a China”.

Ora, foi precisamente às potências que Xi Jinping se dirigiu, apelando à “criação de condições” para um diálogo direto entre a Ucrânia e a Rússia, avançou a imprensa estatal chinesa como a CCTV.

Xi Jinping apela às potências mundiais para que ajudem a Rússia e a Ucrânia a retomar o diálogo

Referindo que a China e a Hungria “partilham” basicamente as mesmas ideias sobre esta guerra, Xi Jinping sublinhou: “Só quando as grandes potências mostrarem energia positiva, em vez de energia negativa, é que poderá surgir, o mais rapidamente possível, uma réstia de esperança para um cessar-fogo neste conflito”.

Por seu turno Orbán, já de partida de Pequim, deixou claro na X o empenho da China para prosseguir esforços em direção à paz, dizendo que a “missão de paz vai continuar”, sem dizer qual o passo seguinte.