Volodymyr Zelensky lembrou esta quarta-feira as 298 pessoas que morreram no derrube do voo MH17 da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia, no 10.º aniversário da tragédia.

“O mundo inteiro testemunhou aí quem veio fazer a guerra contra a Ucrânia e que o mal russo é uma ameaça não só para nós, mas para todos. Foram mortas 298 pessoas, incluindo 80 crianças, cidadãos de uma dúzia de países de diferentes partes do mundo”, escreveu o Presidente ucraniano na rede social X.

“A responsabilização da Rússia por esta atrocidade é inevitável. Todos os culpados deste e de outros crimes de guerra russos ouvirão os veredictos que merecem. Memória eterna para todas as vítimas da agressão russa”, continuou Zelensky. O Presidente partilhou ainda um vídeo com imagens dos destroços do avião e reações internacionais ao ataque russo.

Esta quarta-feira, a Austrália pediu à Rússia para “assumir a responsabilidade” pelo desastre, em que morreram 38 residentes e cidadãos australianos.

Austrália mantém firme o compromisso em busca da verdade, da justiça e em pedir contas aos responsáveis por este horrível ato de violência“, disseram a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, e o procurador-geral do país, Mark Dreyfuss, num comunicado.

Em novembro de 2022, o Tribunal Internacional de Justiça, na Haia, condenou a prisão perpétua à revelia os russos Igor Girkin e Sergei Dubinskiy e o separatista ucraniano Leonid Kharchenko por implicação no derrube do voo MH17, que ligava Kuala Lumpur a Amesterdão, bem como na morte das 298 pessoas a bordo.

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O tribunal estabeleceu de forma inequívoca e conclusiva a responsabilidade da Rússia” no desastre, assinalou o comunicado.

Rússia não assume responsabilidades no abate do voo MH17 pedidas pela ONU

Desde esta condenação, o governo australiano impôs sanções contra os três russos e contra Sergei Muchkaev, que comandava a brigada russa que disparou o míssil terra-ar que derrubou o voo MH17, acrescentou.

No ano passado, uma equipa internacional de peritos concluiu, depois de uma investigação da tragédia, que o Presidente de Rússia, Vladimir Putin, autorizou pessoalmente a entrega de sistemas de defesa aérea aos separatistas ucranianos, incluindo o sistema de mísseis Buk que derrubou o MH17, embora a sua imunidade impeça que seja julgado.

Há mais provas de que o voo MH17 foi abatido por sistema de mísseis russos

No décimo aniversário da tragédia, a Austrália, que juntamente com os Países Baixos procura que a Rússia responda pelo derrube no Conselho da Organização Internacional de Aviação Civil, pediu a Moscovo que “assuma a responsabilidade pelo papel que desempenhou e coopere para garantir que estes autores cumprem as condenações”.

Por outro lado, o governo australiano realizou uma cerimónia no parlamento de Camberra para homenagear as vítimas do MH17 e o pessoal que respondeu à tragédia, com a participação de responsáveis e centenas de familiares das vítimas mortais.

Os compatriotas australianos lembram e honram os preciosos seres que perderam há 10 anos. Esses homens, mulheres e crianças são parte de vós”, afirmou, na cerimónia, a governadora geral de Austrália, Sam Mostyn, que representa o chefe de Estado do país, o rei Carlos de Inglaterra.

“Foi una tragédia, mas também uma atrocidade“, afirmou o antigo primeiro-ministro australiano Tony Abbott, que governava o país na altura do acidente, acrescentando que Putin deve aos familiares das vítimas “uma desculpa e uma indemnização“.

Famílias das vítimas do voo MH17 querem indemnizações por danos

Notícia atualizada às 13h10 com a reação de Zelensky