O dono da Tesla e SpaceX, Elon Musk, diz que foi “enganado” de forma a permitir que um dos seus filhos fosse submetido a uma operação de mudança de género e acrescenta que ninguém lhe explicou que “bloqueadores de puberdade são apenas drogas esterilizantes”. Durante uma entrevista à Daily Wire, em que Jordan B. Peterson conversa com o magnata sobre o facto de as crianças poderem ser manipuladas pelos médicos, que as fazem acreditar que têm o género errado, Elon Musk diz ter jurado destruir o “vírus woke”.

“Aconteceu com um dos meus filhos mais velhos. Basicamente, fui enganado a fim de assinar documentos para um dos meus filhos, Xavier [mudar de género]. Isto foi antes de eu entender realmente o que se estava a passar, e tínhamos a Covid a acontecer, então havia muita confusão”, disse o dono da Tesla na entrevista transmitida em direto no DailyWire+ e na rede social X .

O filho de Musk sofria de disforia de género e identifica-se agora como uma rapariga, escreve o Daily Wire. O dono da SpaceX disse ainda que os médicos lhe disseram que o filho corria o risco de cometer suicídio caso não avançasse para o procedimento.

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“Isso foi uma  mentira logo desde o início”, respondeu Jordan B. Peterson, acrescentando que “não há provas disso” e que, se houver uma taxa de suicídio mais elevada, o motivo é “a subjacente depressão e ansiedade e não a disforia de género. E todos os médicos sabem disso, mas são demasiado cobardes para o dizerem abertamente”, argumentou.

Musk diz ter sido “enganado”. “Não me foi explicado que bloqueadores de puberdade são, na verdade, apenas drogas esterilizantes. Perdi o meu filho, resumidamente. Chamam-lhe deadnaming [tratar a pessoa pelo nome que usava antes da transição] por um motivo. A razão pela qual usam o termo deadnaming é porque o teu filho morreu. O meu filho, Xavier, está morto. Provavelmente foi morto pelo vírus woke”, acrescentou. O bilionário disse depois ter “jurado destruir” esse mesmo vírus e afirmou que está a fazer progressos.

Na entrevista, que durou mais de duas horas, houve ainda tempo para abordar o facto de as crianças estarem a ser utilizadas como alvos para procedimentos de género. “É bem possível, para os adultos, manipular crianças que estão verdadeiramente a ter uma crise de identificação e fazê-las acreditar que têm o género errado”.

“Sou um cristão cultural”

Nesta entrevista, Elon Musk falou ainda sobre as suas crenças. “Acredito muito nos princípios do cristianismo”, disse, sendo de seguida confrontado por Jordan B. Peterson, que lhe perguntou se é ou não religioso.

“Diria, provavelmente, que sou um cristão cultural. Fui criado como anglicano e fui batizado”, respondeu Musk. Apesar de não se afirmar como uma pessoa “particularmente religiosa”, o empresário disse acreditar “que os ensinamentos de Jesus são bons e sábios”.

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E acrescentou que “há uma tremenda sabedoria em dar a outra face”: “A noção do perdão é importante. Acho que é essencial, porque se não perdoares — esqueci-me de quem o disse — um ‘olho por olho’ deixa toda a gente cega.”

O dono da Tesla defendeu ainda que há uma ligação importante entre a religião e a natalidade, destacando que “há uma teoria que defende que quando uma cultura perde a sua religião, começa a tornar-se anti-natalidade, decresce em número e potencialmente desaparece”.

Musk preocupado com falta de princípios “pró-humanos” na Inteligência Artificial

Quando a Inteligência Artificial foi o tema colocado em cima da mesa, Elon Musk, que desenvolveu o chatbot Grok, disse estar alarmado com a falta de princípios “pró-humanos” entre as empresas que investem em Inteligência Artificial.

O empresário ficou “preocupado” com o futuro da Inteligência Artificial quando falou com o antigo diretor-executivo da Google, Larry Page. “Ele chamou-me especista [alguém que defende a superioridade de uma espécie]. Eu sou um especista a favor dos humanos ao invés das máquinas. A visão de Larry, se não me engano, é fazer upload das nossas mentes no computador e todas as pessoas serão simplesmente robôs”, contou.

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Para Elon Musk “é algo louco não ser pró-humano. Se os humanos não estiverem na equipa dos humanos, quem estará?”. E foi aí que o empresário decidiu criar uma empresa de Inteligência Artificial, xAI.

Segundo Musk, a segunda versão do Grok acabou “recentemente a fase de treinos”, e estão agora a ser retificados os erros registados antes de a nova versão ser divulgada, em agosto. E acrescentou que o treino do Grok 3 já está a decorrer, sendo previsto que seja divulgado em dezembro. “O Grok 3 será a Inteligência Artifícial para poderosa do mundo”.