O Parque de Serralves, no Porto, recebe o Boil Climate Festival, um festival que junta arte e humor à ciência climática e comportamental, de 25 a 29 de setembro, para alertar “Sem drama, mas com urgência” sobre as alterações climáticas.
Em entrevista telefónica à agência Lusa, a responsável pela organização do Boil (Ferver), Graça Fonseca, ex-ministra da Cultura, realça a importância de refletir sobre a necessidade de chegar às pessoas pelas artes para que se envolvam mais nos desafios criados pelas alterações climáticas.
Graça Fonseca recorda aliás que, no último relatório do IPCC — Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o tema foi o reconhecimento de que “precisamos de criativos, precisamos de artistas, precisamos de quem cria conteúdos, precisamos do cinema, literatura, da arte, precisamos de quem nos ajude a chegar melhor às pessoas”, e que essa necessidade “já está muito presente”.
O festival Boil, cujo tema é “Sem drama, mas com urgência”, decorre essencialmente no exterior de Serralves, no parque da instituição cultural, onde vai haver um percurso de instalações artísticas que vão desafiar as pessoas em questões como, por exemplo, a água e como se pode usar melhor a água.
O festival promete também exposições, designadamente sobre a biodiversidade, em colaboração com o Museu de História Natural e Ciência do Porto.
O cinema é outra das artes envolvidas no festival Boil, com uma parceria da Casa Manoel de Oliveira e a National Geographic, para através de documentários e dos conteúdos dos media, tentar sensibilizar as pessoas para as ações de combate às alterações climáticas.
A Casa Cinema Manoel de Oliveira será, então, palco de um ciclo de climático, exibindo filmes e documentários que incentivam reflexões sobre as dimensões das alterações climáticas.
O festival vai organizar também um conjunto de talks (conversas), num formato stand up para haver dinamismo e ser o oposto de conferências tradicionais. As conversas terão “linguagem acessível às pessoas” e serão “em tom bem-disposto”, com a participação de cientistas, artistas e humoristas, explica Graça Fonseca à Lusa.
“Queremos que este diálogo entre cientistas, artistas e humoristas ajude as pessoas presentes a compreender melhor o que está a acontecer no planeta e o que está em causa, o que é o aquecimento global”, como “podemos fazer face às alterações climáticas” e contribuir de forma positiva para a situação, explicou a responsável.
No Parque de Serralves, o marketplace do Boil vai reunir projetos e soluções sustentáveis que estão a fazer diferença na comunidade, abrangendo diversas áreas económicas e sociais.
O festival Boil é destinado a todas as pessoas que desejem “entender melhor e agir” para fazer frente às mudanças climáticas, é um convite para aqueles que sentem a “urgência das transformações ao seu redor e procuram maneiras eficazes de contribuir para um planeta mais saudável e sustentável”.
O Boil — Climate Festival é um conceito original Because Impacts, em coprodução com a Fundação de Serralves, e os bilhetes para o evento permitem também ver o Serralves em Luz, que regressou este mês ao Parque de Serralves, com 13 instalações interativas e a temática “Sonhos e Ilusões”.
A Because Impacts é uma “agência de impacto” centrada na conceção e desenvolvimento de projectos “com impacto positivo no planeta e nas pessoas”, cofundada e dirigida pela ex-ministra da Cultura Graça Fonseca.