Ronny Jackson, antigo médico da Casa Branca, publicou esta sexta-feira uma atualização sobre o estado de saúde de Donald Trump depois do ataque do dia 13 de julho. O atual congressista republicano, que tem acompanhado o caso do ex-Presidente, criticou o diretor do FBI por ter declarado que o ferimento de Trump tanto podia ter sido causado por uma bala como por estilhaços.
“Durante a audiência no Congresso, o diretor do FBI Christopher Wray sugeriu que podia ter sido uma bala, estilhaços ou vidro. Não há absolutamente nenhuma prova que tenha sido qualquer outra coisa que uma bala. O Congresso deve corrigir o registo, tal como confirmado pelo hospital e por mim próprio. O diretor Wray está errado e é inapropriado sugerir qualquer outra coisa”, escreveu Ronny Jackson numa carta publicada na rede social fundada por Trump, a Truth Social.
Na quarta-feira, Cristopher Wray foi questionado pelos congressistas sobre a trajetória das oito balas disparadas por Thomas Crooks na tentativa de assassinato a Donald Trump. O diretor do FBI respondeu que a investigação da agência ainda não tinha apurado todos os detalhes. “Há algumas questões sobre se foi uma bala ou estilhaços que atingiram a orelha”, relatou.
Uma bala ou estilhaços? Diretor do FBI afirma que ainda não apuraram como Trump ficou ferido
Em resposta, Jackson reafirma que não há nenhuma dúvida que Trump sofreu um ferimento de bala. Citando os registos médicos do candidato republicano, quando este deu entrada no Hospital Memorial de Butler, o médico declara que este foi “avaliado e tratado para um ferimento de bala na orelha direita” pelos “médicos e enfermeiros do Hospital”.
Depois das críticas do público norte-americano à falta de transferência de Donald Trump sobre os tratamentos que recebeu depois do ataque, Ronny Jackson já tinha publicado uma primeira atualização do estado de saúde de Trump no passado sábado.
Nesta primeira carta, o antigo médico detalhou os ferimentos: “a balou passou a menos de um quarto de um polegada [pouco mais de meio centímetro] da sua cabeça e atingiu o topo da sua orelha direita. A trajetória da bala deixou uma ferida de dois centímetros na superfície cartilaginosa da orelha”.
Ronny Jackson explicou ainda que devido à “natureza altamente vascular da orelha”, o ferimento, em cicatrização, ainda pode sangrar por vezes, pelo que Donald Trump continuará a utilizar um penso sobre a orelha direita.
Contudo, a credibilidade das declarações médicas de Jackson foi questionada, devido à sua proximidade política e pessoal com o candidato republicano, que tem apoiado publicamente. O agora congressista, que trabalhou como médico do Presidente entre 2013 e 2018 — durante as administrações de Obama e Trump — recusou as questões ao seu currículo, na carta desta sexta-feira.
“Servi como médico de emergência médica por mais de 20 anos na Marinha dos Estados Unidos, incluindo como médico de combate no campo de batalha no Iraque e tratei muitos ferimentos de bala na minha carreira“, justificou, acrescentando que as suas “observações do ferimento, o histórico clínico e a experiência significativa a avaliar e tratar pacientes com ferimentos semelhantes” é que o levaram a concordar com a avaliação inicial dos profissionais no hospital de Butler.
Ronny Jackson garantiu ainda que vai continuar a prestar cuidados ao candidato a Presidente, quando este e o seu médico pessoal assim considerarem relevante. “Vou dar atualizações conforme necessário e com a permissão do Presidente Trump”, prometeu.