Três horas depois de uma figura mistério ter aparecido pela primeira vez na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos com a tocha olímpica, Zinédine Zidane apareceu no palco instalado no Jardim do Trocadéro e recebeu a chama, dando início a um percurso que terminou no Jardim das Tulherias. Contudo, a passagem de testemunho que se seguiu estave carregada de simbolismo. Quase 20 anos depois de lhe ter entregue o seu primeiro troféu de Roland Garros, o francês passou o símbolo a Rafael Nadal.

Uma homenagem ao primeiro voo de balão. Chama olímpica fica a sobrevoar o Jardim das Tulherias e não no estádio (mais uma surpresa em Paris)

Vencedor do Grand Slam gaulês em 14 ocasiões, o tenista natural de Maiorca levou a chama olímpica de novo rumo ao rio Sena. O espanhol embarcou num barco que continha 20 medalhas olímpicas, com Serena Williams, tenista que venceu 23 Grand Slams, Carl Lewis, ex-atleta que ganhou 10 medalhas olímpicas, e Nadia Comaneci, a primeira nota 10 da ginástica.

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Chegado ao seu destino, o barco atracou junto ao Louvre e a chama olímpica seguiu para as mãos de Amélie Mauresmo, diretora de Roland Garros e a primeira francesa a chegar ao topo do ranking WTA. A antiga tenista passou então o testemunho a Tony Parker, um dos maiores basquetebolistas da história da NBA, e os dois atravessaram o museu e a sua pirâmide a correr.

Foi aí que o grupo cresceu para 18 elementos, juntando-se Jean-François Lamour, Félicia Ballanger, Florian Rousseau, Émilie Le Pennec, David Douillet, Clarisse Agbegnenou, Alain Bernard, Laure Manaudou, Renaud Lavillenie e Laura Flessel. No percurso final, a chama acabou nas mãos de Charles Coste.

Aos cem anos, o antigo ciclista foi o penúltimo a transportar a tocha. Na sua carreira, Coste conquistou a medalha de ouro em Londres-1948, na perseguição por equipas, sendo por isso o campeão olímpico mais velho vivo. No ano seguinte, venceu o contrarrelógio do Grande Prémio das Nações. O seu maior resultado numa grande corrida acabou por ser o quarto lugar na Paris-Roubaix de 1954, embora também tenha competido no Giro em três ocasiões e no Tour em duas.

Seguiram-se Teddy Riner (judoca que nunca perdeu um combate em dez anos, medalha de ouro em Londres e no Rio e bronze em Pequim, e que ainda vai competir nestes Jogos) e Marie-José Perec (ouro nos 400m em Barcelona e ouro nos 200m e 400m em Atlanta). Foram eles que acenderam a pira olímpica que haveria de sobrevoar Paris e instalar-se pela primeira vez não num estádio mas sim sobre o jardim das Tulherias.