Tinha de ser original. Mas também tinha de ser inédito. E Paris-2004 conseguiu as duas coisas com a chama olímpica. Depois de ter feito pela primeira vez a cerimónia de abertura ao ar livre e não num estádio — com um desfile de barcos ao longo de seis quilómetros no Sena e mostrando espetáculos em vários monumentos da cidade —, o segredo era saber quem iria acender a pira e onde esta iria ficar. E, também pela primeira vez, não ficará no estádio olímpico.
A chama, acesa no último momento pelos atletas franceses Teddy Riner (judoca que nunca perdeu um combate em dez anos, medalha de ouro em Londres e no Rio e bronze em Pequim, e que ainda vai competir nestes Jogos) e Marie-José Perec (ouro nos 400m em Barcelona e ouro nos 200m e 400m em Atlanta), partiu de balão sobre a cidade. Para surpresa geral, parou não no estádio olímpico, mas sobre o Jardim das Tulherias.
Tratou-se de uma homenagem ao primeiro voo de balão movido a hidrogénio, que aconteceu em 1783, precisamente nas Tulherias.
A chama olímpica é composta por um anel em chamas com sete metros de diâmetro sob um balão com 30 metros de altura e 22 metros de diâmetro que se encontra a sobrevoar o solo. E assim vai ficar até 11 de agosto.