Só mesmo o balão com a chama olímpica que sobrevoou Paris e se fixou sobre o Jardim das Tulherias a conseguiu eclipsar. Porque antes, de toda a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, só se falava de um único momento: o regresso às canções de Céline Dion, que não aparecia em palco há cinco anos, depois de revelar que sofre de uma doença rara. Fê-lo do primeiro andar da Torre Eiffel, a entoar cada nota de “L’Hymne à l’amour”, de Édith Piaf, na perfeição.

Depois de também ter estado na cerimónia de abertura dos Jogos de Atlanta em 96, há 28 anos, Céline Dion mostrou-se assim de novo em público, como se a doença da pessoa rígida, uma doença rara e progressiva que afeta o sistema nervoso, especificamente o cérebro e a medula espinhal, não a tivesse obrigado a deixar a música. A última vez que a cantora de “My Heart Will Go On”, de Titanic, se apresentou ao vivo foi em julho de 2019, em Londres.

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Dion, de 56 anos, anunciou só em dezembro de 2022, após revelar o diagnóstico, que se ia afastar dos palcos para tratar da sua saúde, porque as condições em que se encontrava (tinha emagrecido bastante) não lhe permitiam cantar como queria. Na promoção do documentário “I Am: Celine Dion”, da Amazon, a cantora canadiana falou de como a doença lhe modificou a vida, já que causa espasmos involuntários e rigidez muscular, e também afirmou à NBC que às vezes cantar era como se a estivessem a “estrangular”: “Já parti costelas”, revelou mesmo.

No entanto, na última cerimónia dos Grammy Awards apareceu em palco para apresentar o último troféu e no documentário diz: “Se eu não puder correr, andarei. Se eu não puder andar, rastejarei. Não vou parar. Não vou parar.”

Esta sexta-feira voltou. E ninguém fala senão dela. Apesar de Lady Gaga ter aberto o evento junto ao Sena cantando “Mon Truc en Plume”, de Zizi Jeanmaire, a principal dama do Music Hall de França nos anos 50 e ainda tocado umas notas do “La Vie en Rose”.