Joana de Barros Baptista, que participou na criação do primeiro mecanismo oficial para a igualdade entre mulheres e homens em Portugal, morreu este d0mingo em Lisboa, aos 88 anos, informou a sua família.

Nascida em 16 de setembro de 1935, Joana Morais Sarmento de Barros Nascimento Baptista teve uma vida “pautada pelo seu propósito de contribuir para uma sociedade portuguesa mais inclusiva e mais justa, nomeadamente na equidade e igualdade de género”, referiu a família, em comunicado.

As cerimónias fúnebres decorrerão no Centro Funerário de Cascais, em Alcabideche. O velório terá início às 17h00 de quarta-feira e a missa acontecerá no dia seguinte, às 11:30, seguida de cremação.

“Dotada de uma visão profundamente humanista, sensibilidade que cultivou ao longo de anos enquanto professora nos ensinos secundário e superior, Joana de Barros Baptista cedo abraçou a ação cívica”, recordou a família.

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Joana de Barros Baptista esteve diretamente envolvida na criação do primeiro mecanismo oficial para a igualdade entre mulheres e homens em Portugal, o decreto-lei 485/77, que lançava as bases para a Comissão da Condição Feminina (mais tarde Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres e hoje Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género).

Assumiu a presidência da Comissão da Condição Feminina entre 1979 e 1985 e, em 1997, foi alta-comissária Para Igualdade e a Família.

Em novembro de 2021, Joana de Barros Baptista foi condecorada com a Ordem da Liberdade pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, atendendo ao seu “empenho na defesa dos direitos das mulheres em geral e das portuguesas em particular”.

Joana de Barros Baptista era filha de Luísa de Morais Sarmento e Henrique de Barros, ministro de Estado do I Governo Constitucional, e neta do escritor e pedagogo João de Barros.

Era também viúva de João Alexandre Nascimento Baptista, que foi secretário de Estado da Cultura do XIV Governo Constitucional, e deixou três filhos, nove netos e um bisneto.