O candidato republicano à Casa Branca apresentou esta quinta-feira uma nova proposta para um calendário de debates televisivos para as eleições presidenciais. Numa conferência de imprensa a partir da sua propriedade em Mar-a-Lago, Donald Trump propôs três debates para setembro.

Segundo Trump, o programa que foi aprovado pelos três canais inclui debates a 4 de setembro na Fox, 10 de setembro na NBC e 25 de setembro na ABC. Contudo, o canal ABC corrigiu esta informação, declarando que o debate se manteria a 10 de setembro, a data inicialmente prevista para o debate Trump-Biden. A Fox e a NBC ainda não confirmaram a proposta, mas o calendário corrigido será: 4 de setembro na Fox, 10 de setembro na ABC e 25 de setembro na NBC.

Kamala Harris já tinha aceite o convite da ABC para manter a data original, pelo que este é o único que está confirmado. Contudo, Trump tinha apresentado reservas sobre debater Harris, uma vez que esta não era, ainda, a candidata oficial dos democratas.

Apesar de esta segunda-feira, a sua nomeação já ter sido confirmada, Trump apresentou novamente questões sobre a constitucionalidade da sua escolha, dizendo que não obteve votos para tal. Na verdade, Kamala Harris obteve os votos de quase 4.600 delegados democratas, o que representa 99% dos inscritos nesta votação interna.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O debate na Fox News, uma das grandes exigências de Trump, já tinha sido proposto na semana passada, como substituto do debate na ABC, que seria um de apenas dois debates Trump-Biden — o primeiro foi em junho na CNN. Mas esta proposta continua sem uma resposta da parte de Harris.

Trump aceita debate com Kamala Harris a 4 de setembro na Fox News

Na conferência de imprensa, o candidato republicano declarou que as datas estavam fechadas com os três canais, mas que ainda faltava discutir as cidades onde se iam realizar os debates e os detalhes dos mesmos, como, por exemplo, se teriam público ou não.

Donald Trump confirmou ainda que deverá haver um debate entre candidatos a vice-Presidente — Tim Walz e JD Vance –, a cargo do canal CBS, declarando-se muito satisfeito com o trabalho que Vance tem vindo a fazer nesta campanha.

Sobre os debates com Kamala Harris, afirmou que esperava que fossem fáceis, mais fáceis do que com Joe Biden, argumentando que “ela não sabe debater” e que, uma vez que “os Estados Unidos vivem o momento mais perigoso da sua história”, “os debates vão ser muito reveladores”.

Aquilo que devia ser um curto anúncio sobre debates televisivos, acabou por se estender para uma longa conferência de imprensa, em que Donald Trump reafirmou várias das críticas que tem deixado aos democratas, a Kamala Harris e, nas últimas 48 horas, a Tim Walz. Entre acusações de terem deixado o país à beira da terceira guerra mundial e garantias de que as guerra na Ucrânia ou a escalada de tensão no Médio Oriente nunca teriam acontecido sob a sua presidência, Donald Trump seguiu um guião bem-estudado, mas com muitas incorreções factuais. Por exemplo, quando afirmou estar à frente nas sondagens.

Kamala Harris mantém vantagem sobre Donald Trump em nova sondagem da Reuters

Na hora das perguntas dos jornalistas, Trump mostrou-se disponível para dar muitas respostas, apesar de ter classificado algumas questões como “estúpidas”. O republicano recusou críticas de que fazia poucas conferências de imprensa, notando que Harris faz ainda menos. “Ela não faz conferências de imprensa porque não é inteligente o suficiente para tal”, insultou.

Questionado sobre a entrevista do FBI, no âmbito da investigação à sua tentativa de assassinato, avançou que esta já foi feita e correu muito bem, deixando um breve elogio ao trabalho dos serviços de investigação.

Contudo, os elogios ficaram curtos para Joe Biden e os processos eleitorais. Referindo-se ao excerto de uma entrevista do Presidente, em que este diz temer uma transição violenta caso Trump perca, o candidato republicano desvalorizou os comentários.

Se Trump perder as eleições, Biden “não está confiante” de que a transição de poder seja “pacífica”

“Houve transições pacíficas da outra vez e vai haver desta, eu só quero eleições honestas”, afirmou, insistindo que não incitou violência no 6 de janeiro de 2021, que os manifestantes foram “injustiçados” e vincando a necessidade de “eleições honestas” na Geórgia e na Pensilvânia.

Donald Trump confirmou ainda que na próxima segunda-feira, vai participar num programa com Elon Musk, a convite do magnata da tecnologia. O ex-Presidente mostrou-se agradecido com o apoio incondicional de Musk, que não costuma ser tão expressivo no apoio a candidatos presidenciais, defendeu.

Notícia atualizada às 21h10