O Governo anunciou esta quinta-feira um investimento de 65 milhões de euros num centro clínico de atendimento clínico no Porto, que vai funcionar no Hospital da Prelada, da Santa Casa de Misericórdia, que deverá funcionar para os casos considerados menos graves (pulseiras verdes e azuis) e que terá como objetivo retirar pressão às urgências hospitalares, à semelhança do que já foi criado em Sete Rios, Lisboa.
Num dia que fica naturalmente marcado pela visita de Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e Ana Paula Martins ao Hospital de Santa Maria num momento de grande tensão no setor, Leitão Amaro foi confrontado com os problemas nas urgências e o silêncio do Governo até ao momento.
Na resposta, o ministro recusou que haja falta de presença do Executivo no terreno e lamentou a herança recebida, tecendo críticas ao desempenho dos socialistas ao longo dos últimos oito anos. “A ministra da Saúde esteve há menos de uma semana em Lisboa, em Sete Rios, na abertura de um novo centro clínico. Isso é presença e proximidade”, começou por justificar Leitão Amaro.
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“E que não haja dúvidas para ninguém: a situação encontrada no setor da Saúde é muito difícil e muito delicada. Apresentámos um plano de emergência e reestruturação para começar a resolver os problemas. Infelizmente, a resolução dos problemas não se faz num dia”, atirou.
Desafiado a dizer se o Governo não estaria a ser vítima das expectativas que criou, Leitão Amaro voltou a defender o empenho do Executivo na resolução dos problemas e volta a lamentar o “drama” e a “desorganização” em que mergulharam os serviços hospitalares, fruto “3050 dias de incapacidade”.
Na mesma conferência de imprensa, Leitão Amaro confirmou a extinção formal das Administrações Regionais de Saúde (ARS). Em causa estão as ARS do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, cujo fim estava previsto desde a aprovação dos estatutos da direção executiva, em outubro de 2023.