O Pixel 9, Pixel 9 Pro e Pixel 9 Pro XL compõem a gama de smartphones da Google para o segundo semestre do ano. As novidades foram apresentadas no evento Made by Google, esta terça-feira, a partir dos Estados Unidos.
Pela primeira vez, haverá dois tamanhos entre os modelos Pro, o que levou à introdução da designação XL. Assim, os Pro, que têm características mais desenvolvidas, chegarão ao mercado com um ecrã de duas dimensões: 6,3 polegadas no Pro (a mesma dimensão do Pixel 9) e 6,8 polegadas no Pro XL. A tecnológica explicou que disponibilizar dois ecrãs é uma resposta a “vários pedidos” de um telefone Pro mais pequeno e que coubesse no bolso.
Pixel 8a. O novo smartphone da Google tem muita inteligência artificial (mas é mais caro)
Como em muitos dos anúncios recentes da Google, o grande destaque foi novamente para a inteligência artificial (IA), nomeadamente para o modelo Gemini. A IA funciona nestes telefones graças ao processador Tensor G4 que, aliado aos 16 GB de RAM nos modelos Pro, vai possibilitar maior rapidez na execução de algumas tarefas. Segundo a empresa, estes serão os primeiros telefones a executar o Gemini Nano em modo multimodal, ou seja, adaptado a smartphones e com a capacidade de receber e compreender informações de imagem, áudio e vídeo ou texto.
Para garantir que o equipamento não aquece de uma forma excessiva devido à exigência das tarefas, também foram feitas mudanças na câmara de vapor do telefone para garantir um arrefecimento mais eficaz.
Nos telefones Android já existia o assistente Google para ajudar a fazer algumas tarefas. Agora, o Gemini quer assumir o papel de assistente pessoal com IA e ouvir, através de linguagem natural, pedidos mais complexos. Ao tocar durante alguns segundos no botão de ligar e desligar o telefone, o Gemini é acionado: vai dar algumas sugestões de ações a partir do que está no ecrã e conseguir interagir com o utilizador. Por exemplo, se não souber o que fazer para o jantar, uma fotografia do interior do frigorífico é o suficiente para conseguir receber uma sugestão de receita.
Outro sinal da presença da IA é a capacidade para procurar na pasta de capturas de ecrã. É uma ferramenta a pensar em quem sabe que tem a imagem algures no telefone, mas que não quer ter de ver foto a foto para encontrar a informação. Com a IA, essas imagens tornaram-se “pesquisáveis” e é possível fazer perguntas para encontrar a imagem certa.
Nos antecessores Pixel 8 destacaram-se já algumas ferramentas de IA, como a “Best Take”, para garantir que, em fotografias de grupo, cada pessoa está na melhor pose. Basicamente, numa foto com várias pessoas são tiradas várias imagens numa fração de segundos e a IA “combina” numa única o melhor desempenho de cada elemento na foto.
Agora, com estes Pixel, há mais truques novos nesse campo, como a “Add Me”, a pensar em que tem de ser o fotógrafo em fotos de grupo. É uma fotografia a duas fases: primeiro com todo o grupo e, na segunda fase da foto, fica no ecrã a imagem original mas com a sugestão de um espaço onde se possa encaixar o fotógrafo. Graças à IA, as duas imagens são combinadas para que toda a gente possa aparecer.
Ainda na edição de imagem, o editor já permitia retirar objetos indesejáveis de fotografias tem mais uns truques. O editor vai conseguir pegar numa imagem que esteja na galeria e sugerir quais são as opções para o melhor enquadramento possível. Por exemplo, para garantir que o objeto fotografado fique mais ou menos destacado ou a reduzir espaço desnecessário na foto.
No “boom” da IA generativa, agora também vai poder acrescentar mais coisas à imagem ou editar algumas partes. Por exemplo, acrescentar um mar de férias numa foto ou tornar a relva mais verde noutra. Basta escrever o quer quer que seja acrescentado, explica a empresa.
A empresa explicou que fez algumas mudanças no design dos equipamentos para conseguir um perfil mais fino no telefone. Em relação à bateria, ficam as promessas de até 70% de carga em 30 minutos no Pro XL e de até 55% em cerca de 30 minutos no Pixel 9 (desde que tenha um carregador de 45W da Google que é vendido à parte). No Pixel 9 é incluída uma bateria de 4.700 mAh e de 5.060 mAh no 9 Pro XL. Ambos têm carregamento sem fios e a capacidade para partilha de bateria — para poder carregar auriculares, por exemplo.
Mantém-se o sistema de câmara tripla: uma angular de 50 megapíxeis (MP), uma câmara ultrawide de 48 MP com macrofoco e uma teleobjetiva de cinco vezes de 48 MP. A câmara frontal tem 42 MP e focagem automática. O telefone tem também um zoom de alta resolução de até 30 vezes.
O Pixel 9, a versão de entrada de gama neste lançamento, tem diferenças: um sistema de câmara dupla, com uma grande-angular de 50 MP, uma câmara ultrawide de 48 MP com macrofoco e menos zoom de que os modelos Pro: até 8x de Zoom de alta resolução. O Pixel 9 também tem menos memória RAM (12 GB).
Os equipamentos vão chegar ao mercado com o sistema operativo Android 14 e com a promessa de sete anos de atualizações de software.
O Pixel 9 arranca em Portugal nos 919 euros (versão de 128 GB), acima dos 829 euros que o modelo de entrada de gama, o Pixel 8, custava no ano passado. O Pixel 9 Pro começa nos 1.119 euros (128 GB) e o Pixel 9 Pro XL, o mais caro, começa nos 1.219 euros (128 GB).
A comunicação por satélite, a resposta à Apple, fica limitada aos EUA
Os telefones da gama Pixel 9 vão ser os primeiros com sistema operativo Android a ter um sistema de comunicação de emergência através de satélite — mas só nos Estados Unidos. Ou seja, os Pixel 9 vão conseguir ligar-se a satélites para que o utilizador possa pedir ajuda mesmo que não exista rede móvel.
É relevante o uso da expressão “os primeiros telefones Android” com esta funcionalidade. Noutro sistema operativo, o da maçã, desde 2022 que já existe esta ferramenta. Quando a Apple apresentou o iPhone 14, em setembro de 2022, incluiu o “Emergency SOS”, começando pelo lançamento nos EUA e Canadá.
A comunicação por satélite tem algumas particularidades: para funcionar da forma mais eficiente possível é preciso que o céu esteja limpo e que o telefone seja apontado na direção correta. A Google revela que o serviço vai ser gratuito durante dois anos nos EUA.
Pixel dobrável não vai chegar a Portugal
A Google também escolheu este evento para apresentar a segunda versão do seu smartphone dobrável. E, tal como aconteceu com o antecessor, o Pixel Fold, também o Pixel 9 Pro Fold não estará disponível no mercado português. Na Europa, o modelo só vai chegar a um conjunto limitado de países (Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Países Baixos, Noruega, Suíça, Suécia e Reino Unido).
O Pixel 9 Pro Fold, que arrancará nos 1.799 dólares, mais de 1.645 euros à conversão atual, passou por algumas mudanças em termos de design para se tornar mais fino e caber facilmente dentro de (alguns) bolsos. Quando está dobrado, tem um ecrã de 6,3 polegadas e, aberto, chega às oito polegadas.
Tal como os restantes equipamentos da linha, também tem funcionalidades ligadas à inteligência artificial devido à inclusão do modelo Gemini. Em relação a câmaras, este 9 Pro Fold tem um sistema de câmara tripla, também com algumas ferramentas de IA.
Um novo relógio inteligente, com duas opções de tamanho
O Pixel Watch 3, o novo relógio, vai chegar ao mercado em dois tamanhos, de 41 e 45 milímetros. O design do equipamento foi alterado para apresentar um mostrador com mais espaço de ecrã, que também está mais brilhante — até 2 mil nits de brilho máximo. E, para situações em que não quer que o brilho se torne incómodo, como numa sala de cinema, por exemplo, pode ser configurado para apresentar apenas um nit de brilho.
Nesta terceira geração, o relógio tem um bateria 36% maior do que o antecessor e também um carregamento até 20% mais rápido do que o Watch 2.
Muitos utilizadores têm de fazer concessões de algumas funcionalidades quando ativam o modo de poupança de bateria — por exemplo, a luminosidade é ajustada e o mostrador é desativado. Pelo anúncio da Google, a bateria pode durar até 36 horas neste modo, “sem abdicar de funcionalidades”. Sem o modo de poupança, a autonomia estimada é de 24 horas com o ecrã sempre ligado.
Para a hora de dormir, o relógio tem um modo em que deteta automaticamente quando o utilizador adormeceu e adapta-se. Por exemplo, deixa de apresentar notificações e começa a fazer o registo de sono.
Além de modos mais precisos para alguns desportos, o relógio vai transmitir ao utilizador quando for melhor adiar um treino e descansar. Por exemplo, se teve uma noite de insónias e dormiu mal ou se foi sair à noite e não descansou de todo, é normal que o corpo peça descanso. Assim, o relógio vai apresentar uma pontuação de disposição para o treino que é dinâmica e personalizada, a partir dos dados de sono, frequência cardíaca, etc. Também será apresentada a carga cárdio, a intensidade com que o coração está a trabalhar, e um objetivo de carga cárdio a cumprir para o dia, tendo em conta as informações que vão sendo recolhidas.
Na Europa, a versão de 41 milímetros vai custar 399 euros na versão Wi-Fi e 499 na versão LTE, com ligação a rede móvel. A versão maior custará 449 e 549 euros, respetivamente.
Auriculares Buds têm um novo design e a promessa de mais autonomia
Os auriculares Buds Pro 2 completam o portefólio de anúncios desta terça-feira. Foram redesenhados tendo em conta “45 milhões de pontos de dados de imagens de ouvidos” para aumentar o conforto e a segurança durante o uso, explicou a Google. Há ainda a promessa de uns auriculares 27% mais pequenos e leves.
Em Portugal, vão arrancar nos 249 euros. Além de cancelamento de ruído têm um processador Tensor A1, desenvolvido para áudio e que consegue detetar mudanças rápidas no som que rodeia o utilizador e adaptar o nível de cancelamento de ruído às necessidades. Também há aqui capacidades de IA: quando começar a falar, a música é posta em pausa e os auriculares passam para o modo de transparência, para que consiga ouvir a outra pessoa.