O Ministério do Ambiente e Energia autorizou o aproveitamento do volume morto da barragem de Odelouca, no Algarve, num investimento de 4,9 milhões de euros, que visa garantir a segurança hídrica no Sul do país, foi esta quarta-feira anunciado.
Numa nota, o gabinete da ministra Maria da Graça Carvalho informou que “deu luz verde à intervenção de aproveitamento do volume morto da barragem de Odelouca, no Algarve”, num investimento “de 4,9 milhões de euros, financiado pelo Fundo Ambiental e a ser executado pela Águas do Algarve, que é crucial para garantir a segurança hídrica da região Sul do país, particularmente em períodos de seca”.
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O projeto está alinhado com o Plano de Eficiência Hídrica do Algarve e com as medidas de combate à seca aprovadas pelo Governo, “estando prevista a sua conclusão no final do ano, permitindo depois um volume de captação de 15 hectómetros cúbicos“, explicou o ministério, referindo que o consumo urbano de água na região é de cerca de 75 hectómetros cúbicos por ano.
“A seca é uma realidade cada vez mais presente no Algarve e este projeto representa um passo importante para complementar em situações de emergência o abastecimento de água à população e às atividades económicas da região”, considerou Maria da Graça Carvalho, citada na nota.
“Com esta intervenção, estamos a aumentar a resiliência hídrica e a contribuir para a sustentabilidade ambiental”, acrescentou.
A intervenção consiste no rebaixamento do nível mínimo de exploração da barragem de Odelouca, cujo volume morto (reserva técnica) estava sobredimensionado, uma vez que a Águas do Algarve considerou que “esse nível tem possibilidade de ser mais baixo, permitindo um volume de captação sem colocar em causa a qualidade da água”, salientou o ministério.
“Este investimento é uma demonstração clara do nosso compromisso em garantir a segurança hídrica do Algarve. Com a captação do volume morto da barragem de Odelouca, estamos a criar uma resposta resiliente aos desafios da seca, gerindo a água de uma forma sustentável”, frisou a ministra.
Para a governante, este projeto é um exemplo de como se pode “conciliar o desenvolvimento económico com a proteção do ambiente”.
O então Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) anunciou, em fevereiro, que ficava disponível para ações do Governo seguinte um montante de 64,3 milhões de euros, no âmbito do orçamento de 1,8 mil milhões de euros do Fundo Ambiental.
Em comunicado, o MAAC precisou na altura que 15,4 milhões de euros eram para apoios a intervenções no âmbito da seca no Algarve, havendo uma verba de 7,75 milhões de euros para intervenções diretas nas barragens.
Estava previsto um montante de 4,9 milhões de euros para “aproveitamento do volume morto” da barragem de Odelouca, 2,5 milhões de euros para o sistema de abastecimento da barragem do Paul e 350.000 euros para o aumento das disponibilidades hídricas da barragem do Arade.