A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) confirmou que foram detetados dois casos de gripe das aves, do subtipo H5N1, em gaivotas recolhidas nas praias de Espinho, Aveiro, e entre as praias de Vieira de Leiria e Pedrogão, em Leiria. Será esta uma situação preocupante para a saúde pública?

Ao Observador, Celso Cunha, virologista do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa afirma que a passagem direta do vírus das gaivotas para o homem é “extremamente improvável“. Ou seja, “não há perigo para as pessoas que estão na praia”, local onde é comum a proximidade entre humanos e a referida ave, ainda mais em plena época balnear.

Tal como a DGAV, o especialista alerta para a maior probabilidade de transmissão entre aves, nomeadamente entre gaivotas e galinhas. No entanto, tal como tem vindo a repetir a autoridade portuguesa, “não existem evidências de que a gripe aviária seja transmitida para os humanos através do consumo de alimentos, como carne de aves de capoeira ou ovos”.

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A DGAV informou que nas imediações dos locais de recolha das aves infetadas, em Aveio e Leiria, não existem estabelecimentos com aves de capoeira registados. Ou seja, está afastado o risco de ter existido contaminação de aves deste tipo. Alerta, no entanto, para que seja evitada a manipulação de aves doentes ou mortas.

Portugal regista quinto foco de infeção por gripe das aves

A entidade voltou esta terça-feira a apelar ao reforço das medidas de segurança e vigilância, bem como para a notificação da mortalidade em aves domésticas e selvagens. Já tinha apelado ao reforço dos procedimentos de higiene de instalações, equipamentos e materiais, bem como ao “rigoroso controlo” dos acessos aos locais onde são mantidas as aves.

Gripe das aves detetada em gaivotas nos distritos de Aveiro e Leiria