A mudança positiva que Kamala Harris trouxe aos números da campanha democrata continua firme ao fim de quatro semanas. A nível nacional, a vice-presidente aumentou ainda mais a sua margem de liderança sobre Donald Trump, com 2,7 pontos percentuais de vantagem. Nos sete Estados chave, um relatório independente publicado na quarta-feira coloca a democrata à frente do republicano em cinco, com Trump a liderar em apenas um e um empate no último.

Os números desta sexta-feira do FiveThirtyEight, um site da ABC News que agrega todas as sondagens publicadas no país, aumentaram em relação à última semana. Kamala Harris reúne 46,3% das intenções de voto (face às anteriores 45,5%), enquanto Donald Trump teve um aumento mais tímido, de apenas 0,2% e reúne agora 43,6%. Isto representa um aumento da margem de vantagem dos democratas de 2,1 para 2,7 pontos percentuais.

Os republicanos têm classificado os bons resultados da campanha de Harris como um “período de lua-de-mel” e consideram que o fator novidade deve desvanecer-se em breve. O ponto de viragem para os democratas foi, precisamente, a desistência de Joe Biden da corrida à Casa Branca e a sua substituição como candidato democrata pela vice-presidente.

Mas os números parecem contrariar esta ideia, uma vez que continuam a crescer de forma estável. Na quinta-feira, Harris chegou a estar 2,9 pontos percentuais à frente de Trump, antes da publicação da sondagem da Outward Intelligence, que diminui esta margem para os atuais 2,7. A verdadeira vitória de Kamala Harris nas sondagens é, ainda assim, os resultados que tem obtido nos Estados chave.

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Na semana passada, o Cook Political Report alterou a classificação dos Estados do Arizona, Geórgia e Nevada de “com inclinações republicanas” para “toss-up“. Esta quarta-feira, a mesma publicação partilhou um novo relatório do Swing State Project, um projeto que analisa sondagens apenas nos Estados chave em que se decidem as eleições presidenciais. Na média dos sete Estados analisados, 48% dos inquiridos declararam que tencionavam votar em Harris, enquanto 47% afirmaram estar inclinados para Trump.

Kamala Harris mantém vantagem sobre Donald Trump nas sondagens, pela terceira semana consecutiva

A margem de vantagem é muito curta, mas o que impressiona é a evolução dos democratas, nota o relatório. A última publicação do projeto data de maio, na qual Donald Trump estava à frente de Joe Biden por três pontos percentuais na média dos sete Estados. Olhando especificamente para cada um, os democratas não lideravam nenhum: o republicano liderava em seis e havia um empate no Wisconsin.

Agora, sob a campanha de Kamala Harris, o cenário inverte-se. Os democratas lideram nos Estados do Arizona, Michigan, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin, os republicanos lideram apenas no Nevada. Na Geórgia, verifica-se um empate técnico, com 48% das intenções de voto.

As margens mais confortáveis verificam-se no Michigan e no Wisconsin, onde a vice-presidente vai à frente, por três pontos percentuais. No Arizona, tem uma vantagem de dois pontos percentuais e na Pensilvânia de apenas um ponto. Também na Carolina do Norte, a vantagem é de apenas um ponto, mas é de assinalar que, em maio, Trump estava à frente de Biden por sete pontos percentuais, o que representa uma recuperação de oito pontos percentuais por parte dos democratas.

Também na Geórgia, o candidato republicano à Casa Branca reunia mais intenções de voto, verificando-se agora um empate. Mesmo no Estado em que Trump continua à frente, o Nevada, a subida de Harris foi acentuada: conseguiu fechar a margem para os republicanos em seis pontos percentuais, estando agora muito perto de Trump.

Com as eleições a decidirem-se nestes sete Estados, os candidatos apontam para aqui os seus esforços para os últimos meses de campanha. O candidato a vice republicano, JD Vance, acaba a semana em Milwaukee, no Wisconsin, enquanto Harris e Walz vão estar em Raleigh, na Carolina do Norte. Na próxima semana, a Convenção Democrata vai realizar-se em Chicago, Illinois, mas o par democrata vai aproveitar a deslocação à região dos Grandes Lagos para um comício no Estado vizinho, Wisconsin, na terça-feira.

Também o debate Trump-Harris do dia 10 de setembro — o único confirmado até agora — vai ter como palco um swing state. O canal ABC, que vai organizar este debate, anunciou esta sexta-feira que este vai realizar-se em Filadélfia, no Estado da Pensilvânia.