O social-democrata e antigo presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) Álvaro Monjardino, morreu na sexta-feira aos 93 anos, na ilha Terceira, segundo fontes familiares e do PSD/Açores.
“É com muita tristeza que comunico que o meu pai morreu hoje [sexta-feira], rodeado da família”, escreveu o filho Paulo Monjardino numa publicação na página pessoal da rede social Facebook.
José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional dos Açores e líder regional do PSD, já reagiu à morte de Álvaro Monjardino, numa publicação na sua página oficial do Facebook.
“Expresso profundo pesar pelo falecimento de Álvaro Monjardino, uma figura incontornável na história da nossa região e um defensor incansável da autonomia açoriana”, afirmou.
Bolieiro disse que Monjardino “dedicou a sua vida à causa pública, deixando um importante legado para a afirmação da democracia e autonomia dos Açores” e salientou que “é uma referência para todos os que servem” a região.
“A sua dedicação, integridade e compromisso com o bem comum são virtudes que continuarão a inspirar gerações futuras”, vinca, expressando as suas condolências à família.
Por sua vez o presidente da ALRAA, Luís Garcia, manifestou profundo pesar pelo falecimento do antigo presidente daquele órgão regional.
Numa nota de pesar, Luís Garcia, considera que Álvaro Monjardino foi “uma referência política da autonomia regional, que muito fez para a valorizar e aprofundar, enquanto deputado e cidadão participativo”.
Álvaro Monjardino nasceu a 6 de outubro de 1930, na freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Licenciado em Direito, foi filiado no PSD e exerceu vários cargos políticos, como deputado à ALRAA na I e II legislaturas (pelo círculo eleitoral da Graciosa) e na III legislatura (pelo círculo eleitoral da Terceira), tendo sido eleito presidente do parlamento açoriano nas duas primeiras Legislaturas (1976/1978 e 1979/1984).
Foi ainda vogal da Junta Regional dos Açores, nomeadamente na área da Coordenação Económica e Finanças, e ocupou o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro no IV Governo Constitucional, chefiado por Carlos Mota Pinto (1978-1979).
Segundo a ALRAA, além da carreira de advogado e do seu percurso político, Álvaro Monjardino foi também presidente da direção do Instituto Histórico da Ilha Terceira (1984-1999), e sócio correspondente da Academia Portuguesa de História e um dos “principais obreiros” do processo que levou à classificação do centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade na lista da UNESCO.
A 3 de setembro de 2021, por ocasião das comemorações dos 45 anos da autonomia regional, foi homenageado pela Assembleia Lergislativa, na inauguração da biblioteca do parlamento açoriano, designada, desde essa data, por Biblioteca Álvaro Monjardino, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O velório de Álvaro Monjardino terá início hoje pelas 14h00 locais (15:00 em Lisboa) na igreja da Misericórdia de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e o funeral terá lugar no domingo, às 10h00 locais, informou a família.