Já se tinha chamado Salute, quando foi construído, mas anos mais tarde, após ser remodelado pelo estaleiro italiano Perini Navi, foi rebatizado como Bayesian. O nome do iate que na segunda-feira de madrugada naufragou na Sicília teria significado para Myke Lynch, o seu proprietário, porque a sua tese de doutoramento e o software que resultou na sua ascensão no mundo tecnológico envolviam um método estatístico conhecido como inferência Bayesiana, baseado numa teoria do século XVIII, que ajuda os analistas a prever resultados com maior fiabilidade, explica a Sky News.

O navio, com 56 metros de comprimento,  543 toneladas e um mastro de 72 metros — o mastro de alumínio mais alto do mundo e o segundo mais alto de todo o mundo — conseguia atingir uma velocidade máxima de 15 nós. O seu preço inicial de venda estava estimado em cerca de 32 milhões de euros.

O iate tinha capacidade para 22 pessoas, 12 passageiros e 10 tripulantes. Precisamente o número de pessoas que estava a bordo do veleiro de luxo na madrugada desta segunda-feira, quando foi atingido por uma tempestade e tromba de água. De acordo com os socorristas no local do naufrágio, estima-se que uma grande quantidade de água terá entrado no iate durante a tempestade pela popa ou pela proa num espaço de tempo muito curto, fazendo com que o casco se inclinasse e a embarcação se afundasse em poucos minutos. Um vídeo de uma câmara de vigilância perto do local do naufrágio mostra o momento em que as luzes do mastro do iate desaparecem no fundo do mar.

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“Não previmos que ia acontecer”, afirmou o comandante do barco, James Catfield, numa curta declaração citada pelo jornal italiano La Repubblica. Do total de passageiros e tripulantes, 15 pessoas sobreviveram, tendo sido resgatadas nos momentos que sucederam o naufrágio. Seis estavam desaparecidas até esta quarta-feira, quando os corpos foram recuperados do interior do barco. As buscas dos mergulhadores envolvidos na operação estavam a ser dificultadas pelo bloqueio dos acessos ao interior do iate pela mobília que transportava.

Vídeo. Tromba de água terá afundado iate de luxo em dois minutos na Sicília e como se formou o fenómeno extremo

Três pisos revistos a decoração de luxo que ganhou dois prémios internacionais de design de interiores

A casa de design francesa Remi Tessier é responsável pela decoração interior de estilo japonês do iate, segundo o G1. O iate era composto por três pisos, sendo o topo descoberto, decorado com sofás e mesas. Ganhou, aliás, o prémio de melhor estilo exterior nos The World Superyacht Awards em 2009.

O piso do meio acolhia as salas de estar e de refeições com um design de luxo que também foi premiado, em 2008, com o prémio de melhor interior nos International Superyacht Society Awards.

Imagem partilhada em 2008 pelo SuperYatch Times

Na parte inferior do iate, estavam localizadas as seis suites destinada aos 12 passageiros e um dormitório com capacidade para 10 membros da tripulação, as casas de banho, uma cozinha e uma área reservada para a maquinaria do barco.

Imagem partilhada em 2008 pelo SuperYatch Times

As imagens mostram unidades de ar condicionado em vários dos quartos, o que, segundo o jornal brasileiro, contraria as alegações dos peritos de que as janelas abertas podem ter provocado a entrada de água e o naufrágio mais célere do barco.