Os sismo são imprevisíveis — não se sabe quando, onde e com que intensidade se vão fazer sentir — assim, a forma mais eficaz de reduzir as suas consequências é mesmo através de políticas preventivas, ou seja, agindo antes dos sismos e não depois. A Proteção Civil apela à criação de um plano de emergência familiar, ou por casa, com locais de abrigo definidos e kits de emergência à mão.
O lema de prevenir antes de remediar aplica-se à construção de edifícios, mas também à adoção de comportamentos pelas pessoas nos vários locais em que possam estar durante um abalo sísmico como o que ocorreu na madrugada desta segunda-feira em Portugal.
Planear, preparar e ensinar os mais novos. O que fazer antes do sismo
Segundo a Proteção Civil é relevante conhecer de antemão o risco sísmico na zona em que se vive e falar sobre o assunto com os seus familiares e amigos. O passo seguinte é o de elaborar um plano de emergência para a família e/ou co-habitantes que estabeleça um ponto de encontro e locais seguros para que todos tenham onde se abrigar. Estes locais podem ir de vãos de portas interiores, cantos de paredes-mestras, debaixo de mesas ou camas robustas.
As autoridades apelam também à preparação da habitação com o intuito de facilitar os movimentos, libertando os corredores e as passagens. Outra medida de prevenção importante é a de fixar as estantes ou móveis pesados às paredes e optar por colocar objetos pesados, ou de grande volume, no chão ou em estantes mais baixas, minimizando o risco de ferimentos devido à queda dos mesmos.
A preparação de um kit de emergência, que deve ficar guardado num lugar acessível e conhecido por todos, incluindo pelas crianças, também é recomendada. O kit deve conter um estojo de primeiros socorros, medicação habitual, água e comida não perecível, produtos de higiene pessoal, uma muda de roupa, rádio, lanterna e apito, uma powerbank para telemóvel, o contacto de familiares e amigos, cópia de documentos importantes e algum dinheiro.
Além disso, todos os habitantes da casa devem saber como desligar a eletricidade e cortar a água e o gás. Bem como ter, em local acessível, os números de telefone de serviços de emergência.
“Baixar, Proteger e Aguardar”. O que fazer durante o sismo
No momento em que a terra treme nem sempre é fácil manter a serenidade, mas a Proteção Civil aponta três gestos imediatos que devem ser recordados, principalmente se estiver dentro de casa: “Baixar, Proteger e Aguardar”. Deve baixar-se sobre os joelhos, proteger a cabeça, pescoço e os olhos com os braços e as mãos e aguardar, num local definido, até que a terra pare de tremer.
O ideal será conseguir deslocar-se até um dos locais considerados seguros — os tais vãos de porta ou debaixo de uma mesa — e acima de tudo convém evitar locais perigosos. São eles: locais junto a janelas, espelhos, candeeiros, móveis e outros objetos que possam cair, bem como elevadores e saídas para a rua. Os elevadores são proibidos enquanto decorre um sismo.
A Proteção Civil alerta também para a necessidade de saber o que fazer se estiver num local com grande concentração de pessoas. O cuidado com a integridade física das outras pessoas é importante, sendo recomendando que se permaneça dentro do edifício até o sismo terminar. A saída deve decorrer só depois de a terra parar de tremer, de forma ordeira e calma e com atenção redobrada a paredes, chaminés, fios elétricos, candeeiros e outros objetos que possam ter caído.
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Uma vez na rua é importante que se mantenha a distância de edifícios, postes de eletricidade e de outros objetos ou estruturas, como muros ou varandas, que corram o risco de cair. No caso de estar a conduzir, deve parar de imediato a viatura longe de árvores de grande porte, edifícios, muros, taludes, postes e cabos de alta tensão e permaneça dentro dela.
Atenção às réplicas e às fugas de gás. O que fazer depois do sismo
Mesmo depois de a terra parar de tremer, a necessidade de ficar em alerta para a eventual ocorrências de réplicas ou de um tsunami é essencial. Os passos seguintes também são muito importantes — não deve precipitar-se para as escadas ou saídas e nunca utilizar elevadores. Como aponta a Proteção Civil, “as escadas e portas são pontos que facilmente se enchem de escombros e podem ficar obstruídos por pessoas que tentam deixar o edifício”.
Nos momentos seguintes ao abalo, se estiver em casa, deve cortar a água e o gás e desligar a eletricidade. As fugas de gás após um sismo são comuns, pelo que acender fontes de ignição ou fumar nos momentos que seguem um terramoto deve ser evitado. No caso de a casa ou edifício onde se encontra ter sofrido danos graves ou existir perigo de derrocada deve, assim que seja possível e seguro, “dirigir-se a um local aberto e que seja preferencialmente um ponto alto, longe do mar ou cursos de água”.
As autoridades aconselham a que se deixem as ruas livres para as viaturas de socorro e dar preferência aos SMS ou as redes sociais para comunicar com a família e os amigos, evitando sobrecarregar a linha telefónica. No caso de emergência, seja a de ferimentos graves, fugas de gás ou incêndios, deve ligar 112 e aguardar o auxílio das autoridades.