Um homem do Estado do Kentucky, que foi o primeiro manifestante a entrar no Capitólio dos EUA durante o ataque por apoiantes do ex-presidente Donald Trump, foi condenado esta terça-feira a mais de quatro anos de prisão.

Um polícia que tentou conter Michael Sparks com gás pimenta descreveu-o como um dos incentivadores da insurreição que ocorreu em 6 de janeiro de 2021.

A sessão do Congresso norte-americano para certificar a vitória eleitoral do democrata Joe Biden foi interrompida menos de um minuto depois de Sparks ter invadido o edifício através de uma janela partida.

Sparks, de 47 anos, juntou-se depois a outros manifestantes na perseguição de um polícia que subia lances de escadas.

Antes de conhecer a sentença, o norte-americano disse ao juiz que ainda acredita que a eleição presidencial de 2020 foi marcada por fraude e “completamente retirada do povo americano”, noticiou a agência Associated Press (AP).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Lamento que o que aconteceu naquele dia não tenha ajudado ninguém. Sinto remorsos pelo nosso país estar no estado em que se encontra”, frisou.

O juiz distrital dos EUA, Timothy Kelly, que condenou Sparks a quatro anos e cinco meses de prisão, realçou que não havia nada de patriótico no seu papel proeminente no que classificou como uma “desgraça nacional”.

“Acho mesmo que não tem noção de toda a gravidade do que aconteceu naquele dia e, francamente, toda a seriedade do que fez”, acrescentou o juiz.

Os procuradores federais recomendaram uma pena de prisão de quatro anos e nove meses para Sparks, um ex-operário de Cecilia, Kentucky.

O advogado de defesa, Scott Wendelsdorf, pediu ao juiz que condenasse Sparks a um ano de prisão domiciliária em vez de prisão efetiva.

Um júri condenou Sparks por todas as seis acusações que enfrentava, incluindo uma acusação de crime de interferência com a polícia durante uma desordem civil.

O norte-americano não testemunhou no seu julgamento em Washington.

Nas semanas que antecederam o ataque de 6 de janeiro, Sparks utilizou as redes sociais para promover teorias da conspiração sobre fraude eleitoral e defender uma guerra civil.

“É tempo de os arrastar para fora do Congresso. É tirania”, escreveu no Facebook, três dias antes do motim.

Mais de 1.400 pessoas foram acusadas de crimes federais relacionados com os distúrbios no Capitólio e aproximadamente 950 arguidos foram condenados. Mais de 600 destes receberam penas de prisão que variam entre alguns dias e 22 anos.