Keir Starmer, o novo primeiro-ministro britânico, fez esta terça-feira juras de virar a página do Brexit e reconstruir as relações entre os estados-membros da UE e o Reino Unido. A declaração do líder do governo trabalhista surgiu na antecipação de uma visita oficial à Alemanha para reunir-se com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
“Temos de dar a volta ao Brexit e corrigir as relações quebradas deixadas pelo anterior governo. Esse trabalho começou na reunião da Comunidade Política Europeia no mês passado e estou determinado a prossegui-lo, razão pela qual estou a visitar a Alemanha e a França esta semana”, assegurou.
Starmer entende que o reforço das relações com estes países é “crucial, não só para resolver o problema global da migração ilegal, mas também para impulsionar o crescimento económico em todo o continente e, sobretudo, no Reino Unido”. O primeiro-ministro afirmou que as viagens fazem parte de um esforço mais alargado para restabelecer as relações com a Europa e fechar o capítulo do afastamento causado, em larga escala, pela saída do país da União Europeia.
Esta quarta, Starmer segue para França para se encontrar com Emmanuel Macron e assistir à abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris.
Como destaca o The Guardian, a tentativa de renegociar as relações europeias faz parte de uma estratégia mais ampla de um redirecionamento político que Starmer escolhe definir no início do seu mandato como primeiro-ministro. O trabalhista já assumiu que vai avançar com medidas “impopulares”, entre elas uma “declaração fiscal dolorosa”, antevendo um possível aumento de impostos que se avizinha no orçamento de outubro.
PM britânico avisa para medidas “impopulares” e próximo orçamento “doloroso”
Na semana passada, a imprensa britânica revelou que a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, está a considerar aumentar o imposto sobre as mais-valias e o imposto sobre as heranças para ajudar a colmatar o défice “encoberto” de 22 mil milhões de libras (cerca de 26 mil milhões de euros) que os trabalhistas dizem ter herdado dos conservadores.
Mas o governo avisa agora que terá de ir ainda mais longe do que o previsto, desde que a ministra das Finanças, Rachel Reeves, acusou os conservadores, em julho, de “encobrirem” um buraco orçamental de 22 mil milhões de libras (cerca de 26 mil milhões de euros).
Num discurso proferido esta terça-feira nos jardins de Downing Street, a sede do executivo britânico, Starmer prometeu que vai apostar na criação de riqueza e no crescimento económico nacional, mesmo que para tal tenha de tomar “medidas duras” para corrigir o Estado britânico depois do que ele chamou de “14 anos de podridão”.