O primeiro-ministro acompanhou no local, durante a tarde de sexta-feira, as operações de busca pelos militares da GNR desaparecidos após a queda de um helicóptero no rio Douro, perto de Peso da Régua, e chegou mesmo a estar numa das lanchas. Mais tarde foram publicadas fotografias do momento que foram tiradas dentro da lancha por um polícia do corpo de segurança pessoal da PSP, do destacamento do primeiro-ministro, confirmou o Observador. Questionada sobre por que razão as fotografias foram tiradas, a PSP recusou comentar o tema.

As imagens transmitidas pelas televisões captaram o primeiro-ministro num bote salva-vidas na companhia de quatro pessoas. Mais tarde, fotografias tiradas de dentro da lancha mostram Montenegro acompanhado pela vice-presidente da Câmara Municipal de Lamego, Catarina Gonçalves Ribeiro. As imagens televisivas mostram um homem a tirar a fotografia na lancha que não estava identificado. Fontes do PS já acusaram publicamente o primeiro-ministro de ter ido munido de um assessor para promover o momento em que foi até ao local. O Governo terá, no entanto, sido alheio à divulgação pública das fotografias. Contactado pelo Observador, o gabinete do primeiro-ministro não quis prestar qualquer declaração sobre o assunto. O Observador apurou, no entanto, que o homem que estava na lancha e que tirou a fotografia é um segurança do primeiro-ministro.

O Observador questionou a PSP sobre se tirar fotografias faz parte das funções do corpo de segurança pessoal do primeiro-ministro, de quem partiu a iniciativa de tirar as fotos e por que razão as fotografias foram enviadas à comunicação social, mas a PSP recusou comentar o tema.

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Na sexta-feira, logo ao início da tarde , num ponto de situação das operações, o chefe do departamento da Polícia Marítima Norte, comandante Rui Silva Lampreia, já tinha revelado que o primeiro-ministro “mostrou interesse em ir ao local” e as autoridades presentes facilitaram os meios para Montenegro poder acompanhar o trabalho dos mergulhadores.

Em declarações aos jornalistas, o chefe de Governo explicou que tomou a iniciativa de acompanhar de perto as buscas pelos militares desaparecidos com o intuito de “verificar a magnitude da situação e estar pessoalmente com os mergulhadores”. O primeiro-ministro transmitiu ainda apreciação pelo esforço que a equipa de salvamento estava a fazer e disse que sentiu a “obrigação e responsabilidade de representar o Governo e o povo português, ao estar ao lado daqueles que arriscam a sua própria vida”.

Questionado se a sua presença não podia desviar as atenções do essencial, da busca e resgate dos ocupantes, Luís Montenegro refutou essa possibilidade. “Sinceramente creio que a presença de primeiro-ministro não foi motivo de nenhuma perturbação nas operações de busca. Fazer disso crítica ou caso, francamente, acho que é um desrespeito pelas Instituições. Já não digo por mim, porque eu sou muito pouco importante a esse respeito”, respondeu, acrescentando: “Não tive nenhuma intervenção nem pretendo ter do ponto de vista operacional, mas tenho um enorme respeito por aquilo que estes homens e mulheres estão a fazer”.

Artigo atualizado com informação de quem tirou a fotografia ao primeiro-ministro na lancha às 16h23 de sábado; e, às 23 horas, com a informação de que a PSP recusou comentar o tema