Era a atleta mais experiente da comitiva nacional já com participação em cinco Jogos Paralímpicos, era uma das atletas em quem Portugal depositava mais esperanças na conquista das medalhas, foi uma das atletas nacionais que fizeram um prolongamento à célebre teoria do ketchup em que o mais “difícil” mesmo era sair o primeiro pódio. Com isso, fechou da melhor forma um domingo em grande para a Missão, carimbando a passagem à final de torneio individual de boccia BC2 de manhã e ganhando a decisão ao final da tarde havendo pelo meio o ouro de Miguel Monteiro no atletismo e o bronze de Diogo Cancela na natação.

O dia começara com um triunfo por 7-3 diante da indonésia Gischa Zayana. “Foi um jogo difícil mas consegui dar a volta. Para as meias-finais é manter o foco e a concentração, temos de ir devagar. O coração está a bater forte, com confiança vamos vencer”, comentara Cristina Gonçalves após a vitória, citada pelo Comité Paralímpico de Portugal. Seguia-se a decisão com a sul-coreana Soyeong Jeong, com a portuguesa a não dar hipóteses com um triunfo em que pontuou nas três rondas iniciais para acabar a final com o triunfo por 4-1.

Nos dias anteriores, Cristina Gonçalves, de 46 anos, tinha ganho o grupo com dois triunfos (4-3 com a britânica Claire Taggart e 3-1 diante da equatoriana Joselyn Léon com o ponto comum nos dois jogos de ter começado a perder na ronda inicial antes de fazer a reviravolta), vencendo depois nos quartos Rebeca Duarte, de El Salvador (5-4). O triunfo mais expressivo acabou por surgir nas meias-finais frente a Gischa Zayana, atleta indonésia que depois de perder 7-3 conquistou a medalha de bronze ao bater Claire Taggart.

Cristina Gonçalves teve uma estreia de sonho em Jogos Paralímpicos em Atenas-2004, conquistando logo a medalha de ouro no torneio por equipas de boccia BC1/BC2 a que se seguiu uma prata em Pequim-2008 também no quadro por equipas. Só mesmo no Rio-2016 a atleta voltaria a ganhar medalhas, neste caso a de bronze por equipas, após um quarto lugar coletivo e a eliminação nos oitavos do quadro de singulares em Londres-2012. Na última edição, em Tóquio, a portuguesa da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa voltou a terminar em quarto no torneio por equipas e caiu na fase de grupos em singulares.

Em atualização

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