A Câmara Municipal de Lisboa (CML) debate esta terça-feira os efeitos do aumento da capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, mas duas das entidades cuja presença foi solicitada não vão marcar presença, sendo elas o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS) e o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA). Ao Observador fonte do PS na autarquia de Lisboa critica a metodologia utilizada na marcação da reunião, notando que devia ter sido encontrada uma “data comum às diferentes entidades e não ter sido enviada uma convocatória com data fechada”.

A reunião pública para debater a intervenção na estrutura aeroportuária foi agendada em agosto a pedido do PS e vai contar com a presença da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, a Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e o movimento Morar em Lisboa.

Esta segunda-feira, véspera do encontro que decorre às 15h00 nos Paços do Concelho o PS assegura que se mantém “firme e veementemente contra qualquer aumento do tráfego aéreo em Lisboa, situação que terá impactos muito negativos para a cidade”. Os vereadores do PS mostram-se “preocupados com a posição do presidente da CML, disponível para sacrificar a qualidade de vida dos munícipes a troco de compensações financeiras ou ambientais”, numa nota enviada à imprensa.

“Para reforçar a certeza de que a saúde dos lisboetas não está à venda, e de forma a garantir que Carlos Moedas defende os seus munícipes em vez de interesses económicos de operadores privados, esta reunião pública vai esclarecer as consequências negativas decorrentes da ampliação da atividade aeroportuária, ouvindo as associações ambientalistas, as associações de moradores e entidades oficiais”, destacam ainda os socialistas em Lisboa.

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Aeroporto: Lisboa discute aumento da capacidade do Humberto Delgado em reunião pública

O PS recorda que para manter a sua atividade até ao desmantelamento e substituição, o Aeroporto Humberto Delgado terá de ter obras, “mas que, ao contrário do previsto, o Governo quer agora um aumento da sua capacidade em quase 20%, passando de 38 para 45 movimentos por hora, com um correspondente aumento de 33,6 para 40 a 45 milhões de passageiros”.

O Livre já tinha criticado a posição de Moedas, denunciando que “exigir contrapartidas ou medidas de minimização pressupõe, logo à partida, a aceitação dos planos de expansão”. Bem como o PCP que entende que “o presidente Carlos Moedas, não deveria ter abdicado de ter uma participação ativa quanto ao futuro do Aeroporto Humberto Delgado e à exigência do acelerar da construção do novo aeroporto”.

Além das entidades convidadas através da moção socialista que deu origem à reunião extraordinária, as restantes forças partidárias tiveram oportunidade de solicitar a presença de outras. O Livre convidou a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que estará presente. O PCP solicitou a presença do antigo presidente de Laboratório Nacional de Engenharia Civil (2005-2010) e ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros (2010- 2016) e a associação Aeroporto Fora, Lisboa Melhora, que luta pela substituição e desativação do aeroporto da Portela e fim imediato dos voos noturnos.

Por solicitação de três vereadores vão estar ainda presentes a Associação de Residentes do Alto do Lumiar (ARAL), a Associação de Moradores do Bairro São João de Brito, o Movimento Lisboa Precisa, a Associação de Moradores do Alto da Serafina – Campolide e o Centro de Estudos de Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU).