Membros do grupo terrorista Boko Haram fizeram mais de 80 mortos na região de Yobe, no nordeste da Nigéria, escreve o jornal Guardian, citando a agência de notícias France Press. Há ainda um número indeterminado de desaparecidos.

“Cerca de 150 supostos terroristas do Boko Haram, armados com espingardas e RPGs [lança-granadas] atacaram a aldeia de Mafa, em mais de 50 motociclos por volta das 16h de domingo”, disse Abdulkarim Dungus, porta-voz da polícia do estado de Yobe, citado pela AFP. “Eles mataram muitas pessoas e queimaram muitas lojas e casas. Ainda não sabemos o número real de mortos no ataque”.

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Segundo o responsável, o ataque parece ter sido uma vingança pela morte de “dois terroristas do Boko Haram por vigilantes da aldeia”.

A região de Yobe é uma das mais isoladas da Nigéria (fica a mais de 1.600 quilómetros da capital do país, Lagos), sendo a presença de forças de segurança mais reduzida. “Quinze corpos já tinham sido enterrados pelos seus familiares quando os soldados chegaram a Mafa para a retirada dos cadáveres. Além destes, um número não especificado de vítimas mortas de aldeias próximas que foram apanhadas no ataque foram levadas e enterradas pelos seus familiares antes da chegada dos soldados. Muitas pessoas ainda estão desaparecidas e seu paradeiro é desconhecido”, disse à AFP um responsável local.

Boko Haram ainda mantém em cativeiro 89 nigerianas de Chibok dez anos depois

O Boko Haram está estabelecido na região do Sahel há vários anos, nomeadamente no norte e centro da Nigéria, onde tem levado a cabo ataques sangrentos e raptos com alguma frequência. O grupo foi criado em 2002 para denunciar a negligência das autoridades em relação ao norte do país e acabou por se radicalizar e procura agora impor um Estado islâmico na Nigéria. Em 2014, o rapto de quase 300 raparigas de uma escola em Chibok, também no nordeste do país, chocou a comunidade internacional. Dez anos depois, cerca de 90 dessas raparigas continuam prisioneiras do grupo terrorista.