Foi identificado pelas autoridades nas primeiras horas após o ataque desta quarta-feira, prática que não é habitual, mesmo nos EUA, tendo em conta a idade do suspeito: 14 anos. Colt Gray era estudante na Escola Secundária de Apalachee onde, com recurso a uma arma de fogo, matou quatro pessoas — dois estudantes e dois professores. Deixou ainda nove pessoas feridas.

Foi detido durante o ataque, depois de se ter rendido, sem ter apresentado resistência perante as ordens policiais para cessar o ataque. Depois de ser ouvido, foi acusado de quatro crimes de homicídio e ficou já assente que será julgado como adulto.

Entretanto, o pai do rapaz foi detido. As autoridades estatais entendem que Colin Gray permitiu conscientemente que o seu filho Colt Gray tivesse a arma que usou no ataque de quarta-feira. Fontes revelaram à CNN que a arma foi uma prenda de Natal. Assim, o homem de 54 anos foi acusado de quatro acusações de homicídio involuntário, duas acusações de homicídio em segundo grau e oito acusações de crueldade contra crianças, anunciaram as autoridades esta quinta-feira.

De acordo com a CNN, a arma utilizada no tiroteio é uma AR-15, uma espingarda semiautomática, que tem sido utilizada em alguns dos tiroteios em massa mais mortíferos da história dos EUA. O pré-adolescente teve acesso à mesma através da coleção de armas de caça que o pai mantinha em casa.

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Antes da tragédia se ter consumado, Colt Gray já tinha estado na mira das autoridades locais. Chegou mesmo a ser interrogado, depois de o FBI ter recebido “várias informações anónimas sobre ameaças de cometer um tiroteio numa escola em local e hora não identificados”. Gray também terá publicado fotografias das armas que tinha em casa na Internet, o que alertou a polícia para o risco de se estar a preparar para realizar um ataque.

Na altura, o pai do rapaz de apenas 13 anos confirmou que tinha armas de caça em casa, mas assegurou que não permitia o acesso sem supervisão às mesmas pelo filho. Após as diligências, as autoridades locais concluíram que não havia causa provável para a detenção ou qualquer outra ação legal, já que o adolescente negou ter feito as ameaças.

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Um rapaz “muito calmo” cuja voz os próprios colegas não reconheceriam de tão pouco que falava

“Ele nunca falava. Não consigo dizer-vos como era a voz dele, nem sequer descrever-vos o rosto dele. Ele só estava lá”, descreveu a estudante Lyela Sayarath à CNN. A aluna da Apalachee High School, descreveu Gray como “quieto” e disse que faltava às aulas com frequência, mostrando-se pouco surpresa com o facto de ser Gray o autor do ataque, sendo que se encaixava na perfeição na descrição daquilo que imagina ser um atirador.

Sayarath esteva sentada ao lado de Gray na aula de álgebra momentos antes do tiroteio, esta quarta-feira de manhã. Presumiu, quando o viu sair, por voltas das 9h45, que estava a “baldar-se” às aulas, como era habitual. Poucos minutos depois ouviram-se os primeiros tiros.

“Ele não estava lá na maioria das vezes”, afirmou a colega de carteira do rapaz de 14 anos, que disse que mesmo quando Gray estava presente nas aulas, o máximo que o tinha ouvido dizer foi “uma palavra ou apenas declarações rápidas”.

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Em relação ao motivo por trás do ataque, sabe-se até ao momento que Gray foi interrogado pelos investigadores, mas não foram revelados pormenores sobre as intenções que teria para efetuar o ataque. Jud Smith, chefe da polícia do condado de Barrow, na Geórgia, também avançou ainda na quarta-feira que não tinham sido identificadas conexões entre o suposto atirador e as vítimas, pelo que as vítimas do ataque com arma de fogo parecem ter sido atingidos de forma aleatória.

Como revelado nas primeiras horas após o ataque, as autoridades policiais da Geórgia receberam um telefonema anónimo a alertar que haveria tiroteios em cinco escolas e que a Escola Secundária de Apalachee seria a primeira.

Segundo o Independent, Gray comparecerá em tribunal nos próximos dias e serão aplicadas as primeiras medidas de coação ao jovem de 14 anos. As escolas do condado de Barrow ficarão fechadas até ao final desta semana, mesmo com os serviços escolares abertos e disponíveis para oferecer apoio psicológico aos afetados pelo ataque.