Vários prisioneiros britânicos poderão vir a cumprir as suas penas nas prisões da Estónia, de acordo com os planos que estão a ser estudados pelo novo governo do Reino Unido para solucionar de forma imediata a crise de sobrelotação das prisões.

Ao The Telegraph, fontes governamentais reconheceram que esta solução controversa está “em cima da mesa” devido à gravidade da situação, sendo que as prisões britânicas estão mesmo “à beira do colapso” e as cadeias em construção demorarão anos até estar prontas. No mês passado, segundo o jornal britânico, as prisões masculinas de Inglaterra e do País de Gales quase ficaram sem celas, com apenas 83 lugares disponíveis. Desde 2023, as prisões no país têm estado geralmente ocupadas em 99% da sua lotação total, segundo dados do Ministério da Justiça.

Mas porquê a Estónia? Trata-se de um país com uma das mais baixas taxas de criminalidade da Europa e que, por isso, tem muita lotação disponível nas prisões nacionais. A ocupação das celas vazias pode render ao país do Norte da Europa, por ano, cerca de 30 milhões de euros a somar para as finanças públicas.

Governo britânico vai libertar milhares de detidos com prisões “à beira do colapso”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Shabana Mahmood, secretária de Estado da Justiça britânica e a sua homóloga da Estónia, Liisa Pakosta, deverão discutir a cedência de celas de prisões à margem de um evento do Conselho da Europa em Vilnius, na Lituânia, na próxima quinta-feira. Em declarações ao The Telegraph, Pakosta afirmou que o Reino Unido e a Estónia “têm uma história de cooperação internacional bem sucedida” e considerou que “uma parceria deste tipo criaria mais oportunidades para beneficiar e aprender uns com os outros”.

Segundo a Sky News, o envio de criminosos para o Estado báltico é uma das muitas opções que estão a ser consideradas para resolver o problema da sobrelotação nas prisões no Reino Unido.

Em maio, o governo britânico acionou formalmente uma medida de crise para aliviar a sobrelotação das prisões, usando celas policiais para manter reclusos. Dois meses depois, o governo trabalhista britânico anunciou a libertação antecipada — 70 dias antes do término de suas penas — de milhares de detidos para atenuar a pressão nas prisões.

Desde que o novo governo entrou em funções tem vindo a destacar a necessidade de novas cadeias, com seis novos estabelecimentos atualmente em construção, que poderão receber mais 20 mil presos. Até ao final de 2025 haverá cerca de 10 mil novas celas disponíveis.