A National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) é a autoridade norte-americana que zela pela segurança que os veículos comercializados nos EUA proporcionam aos seus proprietários, informando o público sempre que há a possibilidade de um determinado modelo colocar em causa o seu condutor, os seus ocupantes ou as outras viaturas com que partilha a via pública. E a NHTSA obriga os fabricantes, sob pena de penalizações milionárias, de informar tão rapidamente quanto possível os eventuais defeitos que possam perigar os seus veículos. Através desta informação pública, a NHTSA já anunciou aos condutores americanos que os Mini Cooper SE, fabricados entre Março de 2019 e Janeiro de 2024, têm um problema grave com as baterias, que podem começar a arder sem motivo aparente.

Às 12.535 unidades do Cooper SE equipadas com baterias defeituosas, vendidas nos EUA, há que juntar muitos outros veículos vendidos por esse mundo fora. A começar pela Europa, o que atinge um total de 140.00 unidades equipadas com baterias que podem começar a arder devido a um curto-circuito originado por problemas de construção. A própria Mini é a primeira a reconhecer que os problemas são específicos da bateria de alta voltagem, podendo ser causados por vários motivos. Como não é a BMW que produz as células utilizadas na formação dos packs de bateria, que são adquiridas a fabricantes chineses para serem mais baratas, a Mini, construtor do grupo BMW, admite que há um problema de thermal runaway que pode originar um incêndio.

Há a possibilidade de o incêndio ocorrer mesmo quando o Mini eléctrico está estacionado, sem estar a recarregar, pelo que a BMW North America, ao contrário da correspondente europeia, assumiu publicamente que começou a investigar o problema após um caso de fogo registado em Outubro de 2023, sendo que em Janeiro de 2024 ocorreu um novo incêndio na Alemanha.

A Mini acredita que pode controlar o problema com uma actualização de software, embora não sejam frequentes os casos de thermal runaway resolvidos dessa forma. Contudo, como a marca não consegue realizar actualizações remotas (over-the-air) capazes de alterarem a programação da gestão das baterias, vai avisar os clientes sobre a necessidade de visitarem a oficina e aí actualizar o software. Este, de acordo com o fabricante, passará a incluir uma função diagnóstico que deverá detectar problemas na bateria quando a carga está abaixo dos 30%. A actualização é (obviamente) gratuita, pois trata-se de um defeito de construção, com a marca a informar os clientes a partir de 7 de Outubro, isto nos EUA.

Das 140.000 unidades problemáticas fabricadas do Mini Cooper SE eléctrico, de acordo com a Reuters, 12.535 foram vendidas nos EUA e cerca de 39 mil na Alemanha, não sendo conhecido o volume de vendas no resto da Europa e especificamente em Portugal. Nos EUA, os clientes começarão a ser informados dentro de um mês, mas não há informação sobre a data em que os condutores nacionais (ou europeus) serão alvo do mesmo tratamento. Para ter a certeza, o melhor mesmo é contactar o importador da marca para o nosso país e informar-se sobre a melhor forma de resolver as deficiências ao nível da bateria, que podem arder inadvertidamente.

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