O método que Dominique Pélicot usou para expor a companheira a violações — levadas a cabo pelo próprio e por mais de 80 outros homens que convidava — foi replicada pelo seu “discípulo”, Jean-Pierre, para violar a mulher. Os dois suspeitos ter-se-ão conhecido numa sala de ‘chat’ chamada “Against her knowledge” e viviam na mesma zona, o que possibilitou a deslocação de um à casa do outro.

Segundo o The Guardian, além de fornecer as drogas, Pélicot também violou a mulher do seu “discípulo”, com o consentimento deste. Ao todo, foram doze as violações que ocorreram alegadamente entre 2015 e 2020. Esta informação foi avançada esta quarta-feira pelo advogado de Pélicot, que referiu, em tribunal, que o seu cliente confessou ter fornecido droga ao “discípulo” por quatro vezes.

O filho do primeiro casamento de Jean-Pierre acredita que o pai foi manipulado por Dominique Pélicot e incentiva-o a falar em tribunal: “Tenho a certeza que, caso não tivesse conhecido esta pessoa, nada disto sucederia”. O tribunal tomou conhecimento da infância pobre e violenta Jean-Pierre, que era vítima de abusos sexuais. “Fui criado por porcos na floresta”, costumava dizer Jean-Pierre aos seus filhos.

Dezoito dos 51 arguidos estão detidos, incluindo Pélicot e Jean-Pierre. Os 32 outros arguidos assistem ao julgamento em liberdade. Caso as acusações se confirmem, os suspeitos podem ser condenados a 20 anos de prisão.

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