É, sem sombras de dúvida, o local do corpo onde um jogador de futebol nunca quer ter uma lesão. O joelho é constantemente o grande motivo de interrupções de carreira, tropeções de carreira ou até fins de carreira e provoca preocupação imediata em adeptos, treinadores e colegas de equipa sempre que alguém a ele se agarra num relvado. E este domingo, no espaço de poucas horas, dois jogadores de dois dos principais clubes do mundo acabaram desde já a temporada devido aos joelhos.

O primeiro foi Rodri. Ainda na primeira parte da receção do Manchester City ao Arsenal, o médio espanhol ficou lesionado depois de um duelo com Thomas Partey e teve mesmo de ser substituído por Kovacic. Depois do jogo, que acabou empatado com um golo de John Stones já bem dentro do período de descontos, Pep Guardiola explicou que ainda não tinha noção da gravidade da lesão, mas mostrou-se otimista.

“Ainda não sei, ainda não perguntei aos médicos. Mas o Rodri é forte. Saiu de campo num jogo destes porque sentia alguma coisa, senão teria ficado. É o melhor médio-defensivo do mundo, um potencial Bola de Ouro. Adoraria que ele ganhasse”, disse o treinador espanhol. Esta segunda-feira, porém, as notícias não são tão animadoras: de acordo com o jornal Marca, as primeiras explorações concluíram uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, algo que deixaria o internacional espanhol de fora até ao fim da temporada.

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Ainda assim, o jornal explica que Rodri viajou para Madrid para ser avaliado por um especialista e que só depois dessa nova exploração é que poderá existir um diagnóstico oficial. Curiosamente, ainda na semana passada o internacional espanhol abordou a maior propensão que os jogadores têm atualmente para lesões deste tipo, muito devido à sobrecarga de jogos, quando questionado sobre o novo formato da Liga dos Campeões.

“Ninguém pergunta aos jogadores o que acham sobre isto.” Alisson critica novo formato da Liga dos Campeões

“Creio que estamos perto desse cenário [de greve]. Perguntem a qualquer jogador, vão todos responder o mesmo. Se isto continuar assim não teremos outra opção. É algo que nos preocupa, acho que é demasiado. Alguém tem de cuidar de nós, porque somos os protagonistas deste desporto. Ou negócio, como quiserem chamar-lhe. Nem tudo é dinheiro ou marketing, também existe a qualidade do espetáculo. Acho que 40, 50 jogos por época, é o máximo que um jogador pode alcançar. Depois disso quebras, porque é impossível manter o nível físico. Se as pessoas querem melhor futebol temos de descansar. Quando a quantidade de jogos aumenta, o rendimento e a qualidade diminuem”, disse o campeão europeu com Espanha.

Horas depois, precisamente em Espanha, foi a vez de Marc-André ter Stegen. Ainda na primeira parte do que acabou por ser uma goleada do Barcelona em casa do Villarreal, o guarda-redes alemão caiu mal depois de saltar para chegar a uma bola e agarrou-se de imediato ao joelho direito. Saiu de maca, surgiram fotografias dentro de uma ambulância e já esta segunda-feira foi confirmado o pior dos cenários: rotura total do tendão rotuliano, sete a oito meses de paragem, fim de temporada. 

Em comunicado, o Barcelona confirmou a lesão do guarda-redes e revelou que Ter Stegen já foi submetido a uma cirurgia esta segunda-feira. “Estamos todos muito tristes, acho que a lesão vai ser enorme. Estou muito triste. Mas é futebol, temos de aceitar. Ao intervalo disse à equipa que tínhamos de jogar pelo Marc, dar 10% extra, e acho que fizemos uma grande segunda parte. Não é fácil. Foi um acidente, mas é muito duro”, disse Hansi Flick, treinador dos catalães, ainda este domingo.

A ausência de Marc-André ter Stegen, porém, permite ao Barcelona ir ao mercado contratar um guarda-redes — mesmo com a janela de transferências encerrada. Isto porque o regulamento da La Liga, no artigo 77.º, prevê que as equipas possam contratar um substituto direto em casos de lesões graves com um mínimo de quatro meses de paragem. Com apenas Iñaki Peña e o jovem Ander Astralaga como alternativas, o jornal Marca garante que os catalães vão tentar contratar um novo guarda-redes: com Antonio Adán, que está livre desde que deixou o Sporting no fim da temporada, a surgir na lista de opções válidas.