Um tribunal japonês absolveu esta quinta-feira Iwao Hakamada, que passou 47 anos no corredor da morte, de acordo com o veredito do novo julgamento por homicídio a que foi submetido, depois de o primeiro ter sido anulado.

Hakamada, de 88 anos, foi condenado à morte em 1968 pelo assassinato de uma família e permaneceu na prisão até 2014, altura em que o tribunal anulou a sentença devido a dúvidas sobre a veracidade das provas e ordenou um novo julgamento, algo muito pouco habitual no país asiático.

A nova sentença, anunciada pelo juiz Koshi Kunii, do Tribunal de Shizuoka (sudoeste de Tóquio), reconhece que houve “falsificação de provas”, pelas quais Hakamada foi incriminado pela acusação e pelas autoridades encarregadas da investigação do caso.

Considerado o réu que mais tempo passou no corredor da morte em todo o mundo, o antigo pugilista profissional nascido em Shizuoka em 1936, foi condenado pelo homicídio, em 1966, do proprietário da fábrica onde trabalhava, a mulher e os dois filhos do casal, incendiando depois a casa.

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O tribunal de Shizuoka concordou em voltar a julgar Hakamada depois de este ter insistido que as provas que o incriminavam tinham sido fabricadas contra ele.

Este veredito marca a quinta vez no Japão do pós-guerra em que um condenado à morte é absolvido após um novo julgamento. A última decisão judicial do mesmo género tinha sido tomada há 35 anos.

Com um estado mental debilitado após quase meio século atrás das grades, o antigo pugilista vai receber uma indemnização a determinar com base nos anos de prisão, desde que não haja recurso por parte da acusação. O novo veredito pode ser objeto de recurso no prazo de duas semanas a contar do anúncio.