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Israel promete não deixar sem retaliação o ataque levado a cabo, esta terça-feira, pelo regime de Teerão. E o recado foi dado pelo Governo e pelas Forças Armadas durante e depois do lançamento de mísseis. Num discurso em vídeo publicado já depois da operação do Irão, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Teerão “cometeu um erro grave” ao atacar o seu país e que “pagará o preço”, estando Telavive determinado em responsabilizar os seus inimigos.
“O regime iraniano não compreende a nossa determinação em nos defender e responsabilizar os nossos inimigos”, garantiu, deixando um aviso: “Há pessoas em Teerão que não compreendem isto. Vão compreender. Vamos cingir-nos ao que estabelecemos: quem quer que nos ataque, nós atacamos”.
איראן עשתה הערב טעות גדולה – והיא תשלם על כך. pic.twitter.com/B2yppgGqcE
— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) October 1, 2024
Já o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, sublinhou na rede social X que “o Irão não aprendeu a lição”. “Quem ataca o Estado de Israel paga um preço elevado”, frisou.
יחד עם הצמרת המבצעית של צה״ל, עקבתי הלילה ממוצב הפיקוד אחר פעולות ההגנה המוצלחות של המתקפה האיראנית הפושעת נגד מדינת ישראל.
איראן לא הפיקה לקח – מי שתוקף את מדינת ישראל משלם מחיר כבד. pic.twitter.com/z1KpnUYQNh
— יואב גלנט – Yoav Gallant (@yoavgallant) October 1, 2024
Israel solicitou, ainda durante a noite desta terça-feira, uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sequência do ataque iraniano, com o seu embaixador no organismo, Danny Danon, a prometer responder ao ataque do Irão. “O Irão vai sentir as consequências dos seus atos e vai ser doloroso”, observou, depois de sublinhar que o Irão “mostrou ao mundo a sua verdadeira face: a de um Estado terrorista”.
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Estão em curso intensas consultas no Conselho de Segurança para convocar uma reunião de emergência que o Irão também solicitou no sábado, após a vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano, mas a reunião não se realizou, noticiou a agência Efe.
Danon pretende que tal reunião do Conselho termine “com uma condenação clara e inequívoca do Irão”, enquanto por outro lado criticou o secretário-geral, António Guterres, pela sua reação dececionante pouco depois de tomar conhecimento do ataque iraniano contra Israel. “Na sua declaração, basicamente ignorou o agressor e apenas falou da escalada”, quando recordou que neste caso um Estado-membro atacou outro Estado-membro com mísseis balísticos, o que não foi explicitamente condenado por Guterres.
IDF avisam que ataque “terá consequências”: “Vamos proteger os cidadãos de Israel”
O porta-voz militar israelita, Daniel Hagari, advertiu esta terça-feira que “haverá consequências” do ataque iraniano, que envolveu o lançamento de mísseis balísticos sobre Israel, mas intercetados pelo sistema de defesa antiaérea.
“Estamos em alerta máximo defensiva e ofensivamente, vamos proteger os cidadãos de Israel. Este disparo [de mísseis] terá consequências. Temos planos e atuaremos no momento e no local que escolhermos”, disse o contra-almirante.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram ter intercetado um grande número de mísseis disparados pelo Irão contra o país, acrescentando ter detetado alguns “impactos” durante o ataque.
“Fizemos um grande número de interceções. Houve alguns impactos no centro e outros no sul do país”, adiantou Daniel Hagari.
Cerca das 19h40 locais (menos duas horas em Lisboa), o exército israelita anunciou que o Irão “lançou mísseis contra o Estado de Israel” e apelou à população para procurar abrigos. Cerca de 50 minutos depois, as forças armadas indicaram que a população poderia sair dos abrigos.
A Guarda Revolucionária do Irão reivindicou o ataque com mísseis contra Israel, que justificou como uma represália pelas mortes do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniye, e do secretário-geral da milícia xiita libanesa Hezbollah, Hassan Nasrallah.
*Notícia atualizada às 23h57 com reações do governo de Israel