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Israel promete não deixar sem retaliação o ataque levado a cabo, esta terça-feira, pelo regime de Teerão. E o recado foi dado pelo Governo e pelas Forças Armadas durante e depois do lançamento de mísseis. Num discurso em vídeo publicado já depois da operação do Irão, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Teerão “cometeu um erro grave” ao atacar o seu país e que “pagará o preço”, estando Telavive determinado em responsabilizar os seus inimigos.

“O regime iraniano não compreende a nossa determinação em nos defender e responsabilizar os nossos inimigos”, garantiu, deixando um aviso: “Há pessoas em Teerão que não compreendem isto. Vão compreender. Vamos cingir-nos ao que estabelecemos: quem quer que nos ataque, nós atacamos”.

Já o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, sublinhou na rede social X que “o Irão não aprendeu a lição”. “Quem ataca o Estado de Israel paga um preço elevado”, frisou.

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Israel solicitou, ainda durante a noite desta terça-feira, uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sequência do ataque iraniano, com o seu embaixador no organismo, Danny Danon, a prometer responder ao ataque do Irão. “O Irão vai sentir as consequências dos seus atos e vai ser doloroso”, observou, depois de sublinhar que o Irão “mostrou ao mundo a sua verdadeira face: a de um Estado terrorista”.

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Estão em curso intensas consultas no Conselho de Segurança para convocar uma reunião de emergência que o Irão também solicitou no sábado, após a vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano, mas a reunião não se realizou, noticiou a agência Efe.

Danon pretende que tal reunião do Conselho termine “com uma condenação clara e inequívoca do Irão”, enquanto por outro lado criticou o secretário-geral, António Guterres, pela sua reação dececionante pouco depois de tomar conhecimento do ataque iraniano contra Israel. “Na sua declaração, basicamente ignorou o agressor e apenas falou da escalada”, quando recordou que neste caso um Estado-membro atacou outro Estado-membro com mísseis balísticos, o que não foi explicitamente condenado por Guterres.

IDF avisam que ataque “terá consequências”: “Vamos proteger os cidadãos de Israel”

O porta-voz militar israelita, Daniel Hagari, advertiu esta terça-feira que “haverá consequências” do ataque iraniano, que envolveu o lançamento de mísseis balísticos sobre Israel, mas intercetados pelo sistema de defesa antiaérea.

Estamos em alerta máximo defensiva e ofensivamente, vamos proteger os cidadãos de Israel. Este disparo [de mísseis] terá consequências. Temos planos e atuaremos no momento e no local que escolhermos”, disse o contra-almirante.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram ter intercetado um grande número de mísseis disparados pelo Irão contra o país, acrescentando ter detetado alguns “impactos” durante o ataque.

“Fizemos um grande número de interceções. Houve alguns impactos no centro e outros no sul do país”, adiantou Daniel Hagari.

Cerca das 19h40 locais (menos duas horas em Lisboa), o exército israelita anunciou que o Irão “lançou mísseis contra o Estado de Israel” e apelou à população para procurar abrigos. Cerca de 50 minutos depois, as forças armadas indicaram que a população poderia sair dos abrigos.

A Guarda Revolucionária do Irão reivindicou o ataque com mísseis contra Israel, que justificou como uma represália pelas mortes do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniye, e do secretário-geral da milícia xiita libanesa Hezbollah, Hassan Nasrallah.

*Notícia atualizada às 23h57 com reações do governo de Israel