A candidata democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, mantém uma ligeira vantagem sobre o adversário republicano, Donald Trump, mas tem vindo a perder terreno nas sondagens, que mantêm todos os cenários de vitória em aberto.
A nível nacional, Harris terminou a semana com uma vantagem de 48,4% contra 46% das intenções de voto, de acordo com as contas do ‘site’ Fivethirtyeight, que usa a média de várias sondagens nos Estados Unidos.
Contudo, esta vantagem tem vindo a diminuir nos últimos dias, depois de se ter cifrado numa diferença de mais de três pontos percentuais no final de setembro.
Os analistas, nos ‘media’ norte-americanos, desvalorizam estas ligeiras flutuações, atribuindo-as a movimentações do eleitorado indeciso, que apenas deverá tomar decisões de voto nas vésperas das eleições, marcadas para 5 de novembro.
Por outro lado, esses analistas recordam que, mais importante do que as sondagens de resultados nacionais, é estar atento aos resultados nos estados flutuantes (‘swing states’), que podem ser determinantes para o desfecho final da corrida à Casa Branca: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.
Nestes estados considerados decisivos, Kamala Harris leva vantagem sobre Donald Trump em quatro — Pensilvânia, Wisconsin, Michigan e Nevada — enquanto o candidato republicano está à frente da vice-Presidente apenas na Carolina do Norte e na Geórgia.
Ainda assim, em qualquer um destes seis estados, apenas um ponto percentual (por vezes, menos do que isso) separa os dois candidatos, revelando que estas eleições poderão ser decididas por uma estreita margem e que os resultados facilmente poderão ser contestados para reavaliação por qualquer uma das candidaturas.
Elementos da candidatura democrata mostraram-se esta semana preocupados com a queda de popularidade de Harris no Wisconsin, onde a vantagem é agora de apenas 0,4 pontos percentuais, depois de ter estado acima de dois pontos percentuais no final de setembro.
Por outro lado, os democratas começam também a revelar algum nervosismo sobre os resultados das eleições para o Congresso, que decorrem a par das eleições presidenciais, em particular perante o cenário de perderem a escassa maioria de que dispõem no Senado (51 lugares contra 49).
Nas médias de sondagens do Fivethirtyeight, na corrida para o Senado, nos seis estados flutuantes, os republicanos levam vantagem em estados que tradicionalmente votavam nos democratas, como é o caso de West Virgínia, onde o popular senador Joe Manchin se vai reformar, deixando espaço para o crescimento dos conservadores.
Neste cenário, basta que os republicanos consigam apenas mais uma vitória — e existem vários estados onde essa possibilidade tem vindo a crescer, como no Nevada e no Montana — para que o Senado fique também sob controlo dos conservadores, desta vez com uma longa série de nomes de figuras próximas de Donald Trump, representando fações mais radicais dos conservadores.