O lançamento da nave espacial Europa Clipper marcado para esta segunda-feira foi bem sucedido. A sonda foi lançada num foguetão SpaceX Falcon Heavy no Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida. A NASA e a SpaceX tinham adiado, a 7 de outubro, o lançamento da missão Europa Clipper, devido ao possível impacto do furacão Milton no estado norte-americano.

De acordo com a NASA, a Europa Clipper é a primeira missão concebida para conduzir um estudo detalhado da Europa, uma das 95 luas de Júpiter. Existem evidências científicas de que os elementos para a vida podem existir em Europa neste momento.

A sonda viajará 2,9 mil milhões de quilómetros (1,8 mil milhões de milhas) para chegar a Júpiter em abril de 2030. Irá orbitar Júpiter e realizar 49 sobrevoos próximos da lua de Júpiter. Transporta nove instrumentos e um aparelho de experiência gravitacional para investigar o oceano sob a espessa camada de gelo de Europa. Estima-se que o oceano da lua contenha duas vezes mais água líquida do que os oceanos da Terra.

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NASA quer saber se lua de Júpiter pode ter vida e missão espacial está quase a começar: “Há bons indícios de que os ingredientes estão lá”

Descoberta por Galileu Galilei em 1610, com recurso a um telescópio que o próprio construiu, a lua Europa começou por passar despercebida num vasto universo com centenas de alvos a explorar. O interesse surgiu depois de as sondas Voyager 1 e 2, em missão há várias décadas, fazerem o reconhecimento da lua e fotografarem uma superfície esbranquiçada e gelada, repleta de fraturas, e alimentarem a ideia de que por baixo dessa primeira camada se escondia um vasto oceano que rompia em alguns locais a crosta de gelo.

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A água, porém, é apenas um dos ingredientes necessários à vida. É também preciso uma fonte de energia e elementos químicos favoráveis— desde carbono, oxigénio, hidrogénio a nitrogénio. Há ainda um outro fator que os cientistas apontam como promissor: a estabilidade. É que é preciso tempo para a vida se desenvolver e há indícios de que o oceano da Europa existiu durante toda a história do nosso sistema solar, mais de quatro mil milhões de anos.