O caso Taylor Swift no Reino Unido continua e, esta quarta-feira, Downing Sreet veio garantir que não houve qualquer conflito de interesses no facto de o primeiro-ministro britânico ter ido ao concerto da cantora norte-americana e se ter encontrado com a mesma. Sobre a suspeita da atribuição da escolta policial reforçada à artista, o gabinete de Keir Starmer garante que não haverá qualquer recurso ao conselheiro de ética, Laurie Magnus.
Na terça-feira, a Sky News avançou que Keir Starmer se encontrou com Swift no concerto de 20 de agosto, após ter conseguido bilhetes grátis para o espetáculo, e que, durante dez minutos, tiveram como tópico principal de conversa o ataque com faca em Southport, durante o qual morreram três crianças que participavam uma aula de dança dedicada à cantora norte-americana. O encontro foi descoberto no âmbito das suspeitas levantadas em relação à atribuição da escolta policial reforçada à artista e da respetiva influência do governo em relação à mesma.
Questionado sobre se aceitava a existência de um conflito de interesses, o porta-voz oficial do primeiro-ministro britânico afirmou que não, “uma vez que a tomada de decisões neste caso foi da competência operacional e independente da MET [Polícia Metropolitana de Londres]”.
“No entanto, o governo tem a noção clara de que é inteiramente rotineiro que se realizem discussões em torno de eventos desta escala e magnitude para garantir que decorram em segurança e sem problemas. Mas o mais importante é que as decisões neste caso cabem ao MET”, acrescentou.
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Questionado sobre se Keir Starmer iria recorrer ao conselheiro de ética sobre o assunto, o porta-voz respondeu que não, justificando: “As decisões que a polícia metropolitana toma são adotadas independentemente do governo. A polícia metropolitana deixou claro que é operacionalmente independente, que as suas decisões se baseiam numa avaliação exaustiva da ameaça, do risco e do dano e das circunstâncias de cada caso”.
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Desde os concertos da The Eras Tour em agosto no Reino Unido que o primeiro-ministro britânico tem sido alvo de investigação. Em setembro, o The Sunday Times avançou que Keir Starmer estava a ser alvo de uma investigação por não ter declarado no prazo previsto donativos no valor de 5 mil libras (cerca de 5.036 euros) feitos à mulher por um doador do partido. O caso continuou com Victoria Starmer por ter aceitado dois bilhetes no valor de centenas de libras, para os concertos de 21 de junho e 15 de agosto de Taylor Swift em Londres, e não ter declarado no registo de interesses do marido.
Agora, surgem suspeitas em relação à atribuição da escolta policial reforçada a Taylor Swift, por a artista e a sua comitiva terem recebido — durante a sua passagem pelo país — o apoio do Grupo Especial de Escolta (SEG) e de uma unidade especializada da polícia metropolitana geralmente reservada à família real e aos políticos em altos cargos.