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A opositora russa no exílio Yulia Navalnaya lamentou esta quinta-feira que o secretário-geral da ONU, António Guterres, tenha apertado, durante a cimeira dos BRICS em Kazan, a mão ao Presidente russo, Vladimir Putin, que descreveu como “um assassino”.

“É o terceiro ano de guerra [na Ucrânia] e o secretário-geral das Nações Unidas está a apertar a mão a um assassino”, afirmou na rede X a viúva do antigo principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, que morreu em fevereiro numa prisão russa no Ártico.

À margem da Cimeira dos BRICS, António Guterres e Vladimir Putin estiveram reunidos e discutiram a situação no Médio Oriente e a necessidade de evitar uma nova escalada na região, defendida pelo secretário-geral da ONU, avançou a RIA Novosti, que cita o gabinete de Guterres. Guterres defendeu ainda a importância da liberdade de navegação no Mar Negro e apoiou a continuação das negociações sobre o tema.

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Antes do encontro dos dois dirigentes, António Guterres sublinhou a necessidade de alcançar uma paz justa para o conflito: “Precisamos de paz na Ucrânia. Uma paz justa, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e as resoluções da Assembleia-Geral da ONU”, disse Guterres durante o seu discurso na cimeira do bloco originalmente formado por Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul e entretanto alargado a mais países.

“Coletivamente, os vossos países representam quase metade da população mundial. Aplaudo o vosso valioso empenho e apoio na resolução dos problemas internacionais“, declarou o secretário-geral das Nações Unidas, observando que “nenhum grupo ou país pode agir sozinho ou isolado”.

Segundo Guterres, é essencial “reforçar e atualizar os mecanismos da paz“, o que passa pela introdução de reformas para que o Conselho de Segurança da ONU “reflita o mundo de hoje”.

Em conferência de imprensa no final da cimeira, o Presidente russo defendeu que um acordo de paz com a Ucrânia deve basear-se na realidade do campo de batalha, onde as forças de Moscovo controlam quase 20% do território ucraniano.

“Estamos prontos para considerar quaisquer conversações de paz com base nas realidades locais. Não estamos prontos para fazer mais nada”, declarou Vladimir Putin, acrescentando: “A bola está do lado deles”.