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A Assembleia da República rejeitou esta sexta-feira uma recomendação ao Governo proposta pelo BE para que o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel fosse declarado “persona non grata” em Portugal em resposta às suas palavras contra António Guterres.

O projeto de resolução foi rejeitado com votos contra de PSD, PS, Chega, IL e CDS-PP e votos favoráveis dos restantes partidos.

“Israel Katz, ministro dos Negócios Estrangeiros do Estado de Israel, decidiu recorrer às redes sociais no dia 2 de outubro para declarar António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, ‘persona non grata‘, banindo a sua entrada no país”, refere o Bloco, acusando o governante de ter proferido afirmações falsas quando acusa Guterres de não ter condenado nem o ataque do Irão nem o ataque do Hamas de 7 de outubro.

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Para o Bloco, “o problema de Katz é que António Guterres não tem fechado os olhos às inúmeras atrocidades perpetradas pelo Estado de Israel, pelo seu exército e colonos”.

“De facto, desde o primeiro momento que António Guterres tem sido uma voz corajosa na defesa da paz e na denúncia de crimes contra a humanidade que todos os dias acontecem por ações de Israel no território palestiniano e em todo o Médio Oriente”, considera o partido.

O BE acusa Israel de tentar “intimidar e condicionar as ações da ONU e do seu secretário-geral“, numa ação “totalmente baseada em mentiras” e defende uma ação do Governo português.

“Tendo ainda em conta que António Guterres é cidadão português e ex-primeiro ministro do nosso país, Portugal deve comunicar a Israel que não aceita este tipo de manobras de quem quer agir em total impunidade para os seus crimes. Como consequência, o Governo português, e caso Israel não recue na sua decisão em relação a António Guterres, deve declarar Israel Katz, ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Israel, ‘persona non grata‘”, defendia a recomendação do Bloco, rejeitada esta sexta-feira pelo parlamento.