O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, garantiu esta segunda-feira no Porto que a RTP terá o financiamento necessário para cumprir o serviço público assim que eliminar as gorduras, desperdícios e ganhar eficiência.

Em declarações após ter participado na conversa “Jornalismo: Que Liberdade e Que Futuro?”, que decorreu no Coliseu do Porto, o governante esclareceu algumas das ideias abordadas pelo painel de convidados que integrou.

“Uma das medidas que estamos a propor é terminar com a publicidade comercial na RTP, precisamente para lhes dar uma vantagem competitiva. Ora isso não pode significar um enfraquecimento (…) nomeadamente do ponto de vista financeiro e é por isso que temos no Orçamento de Estado para 2025 um aumento de capital previsto de mais de 14 milhões para a RTP”, começou por dizer Pedro Duarte.

E prosseguiu: “nós vamos provocar mudanças dentro da RTP no sentido de se ganhar eficiência e de combater gorduras e desperdícios. A partir do momento que isso seja feito, nós, evidentemente, não iremos permitir que a RTP perca relevância, perca impacto por razões financeiras. Isso não acontecerá”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Consumada esta premissa, sublinhou o ministro, “a RTP terá o financiamento que for necessário para cumprir o serviço público de media” que o Governo diz acreditar “ser o importante para o país”.

[Já saiu o quinto e último episódio de “A Grande Provocadora”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de Vera Lagoa, a mulher que afrontou Salazar, desafiou os militares de Abril e ridicularizou os que se achavam donos do país. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio, aqui o segundo, aqui o terceiro e aqui o quarto episódio .]

Enfatizando que o “Governo não vai gerir a RTP”, Pedro Duarte sublinhou que o que tem sido dito pelo Governo “é sustentado por aquilo que tem sido dado pelos órgãos dirigentes, pelo conselho de administração da RTP, que já identificou, que já fez propostas muito objetivas quanto a alguns desses desperdícios, ineficiências que a RTP tem e alguns até já são públicos”.

Neste contexto, o plano de 250 saídas de trabalhadores da RTP para a entrada de 125, assegurou Pedro Duarte, é da responsabilidade da “administração da RTP”.

“Sobre as pessoas, o que nos é afirmado é que o quadro de pessoal é demasiado caro e inibe outro tipo de investimentos, designadamente tecnológicos e afins e desajustado das necessidades atuais”, acrescentou.

Relativamente à perda da receita de publicidade “há muitas formas de o compensar, no OE para 2025 está prevista uma verba que mais do que duplica a perda de receita, pelo que o que vai haver é o reforço de receita da RTP”, insistiu o ministro.

Ainda segundo Pedro Duarte, para os portugueses “a RTP tem sido cada vez mais cara, a cada ano que passa se paga mais para a RTP e há cada vez menor audiência e tem-se cada vez menos impacto na sociedade portuguesa”, atribuindo-o, também ao “contexto” que se vive a nível mundial.