A Assembleia Legislativa Regional da Madeira aprovou um voto de protesto pela participação do secretário-geral da ONU, António Guterres, na cimeira dos BRICS, na Rússia, com os votos a favor do PSD. Na Assembleia da República, o PSD absteve-se e ajudou o PS a chumbar esta condenação.
Nas votações desta quinta-feira no Parlamento madeirense, o voto de protesto apresentado pela Iniciativa Liberal contou com os 20 votos favoráveis do PSD e ainda do PAN, o que permitiu a aprovação da condenação a António Guterres. O PS foi o único partido a votar contra, com as restantes forças políticas a absterem-se.
A posição do PSD/Madeira é diferente da do PSD nacional, que na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros absteve-se, permitindo assim que os votos contra do PS fossem suficientes para chumbar a iniciativa, também apresentada pelos liberais e pelo CDS.
Além dos sociais democratas, também os centristas e o Chega têm uma posição diferente entre o grupo parlamentar do continente e o da Madeira. Na Assembleia da República, o CDS apresentou um voto de protesto a António Guterres mas na Madeira acabou por abster-se na iniciativa apresentada pela Iniciativa Liberal. O mesmo fez o Chega, que tendo votado a favor no Parlamento, também se absteve na Madeira.
O texto assinado pelo deputado único da IL na Madeira, Nuno Morna, aponta, em sentido geral, as mesmas críticas do texto apresentado pela Iniciativa Liberal na Assembleia da República. Os liberais “manifestam indignação e profunda preocupação” com a decisão de António Guterres de marcar presença na cimeira dos BRICS, que consideram “particularmente desconcertante”, tendo em conta que o secretário-geral da ONU optou por não estar presente na Cimeira Global para a Paz na Ucrânia, que decorreu na Suíça.
No Parlamento, o voto de protesto acabou por ser rejeitado mas a votação ficou marcada pela tomada de posição do deputado socialista, Sérgio Sousa Pinto, que votou a favor, contrariando assim a posição do PS.