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O governo espanhol acredita que, embora também possam ter estado envolvidos alguns cidadãos afetados pelas inundações, os protestos de domingo foram levados a cabo sobretudo por grupos organizados de extrema-direita que tinham o objetivo de boicotar a visita de Pedro Sánchez e do rei Felipe VI, noticia o jornal El País. Esta é uma ideia transmitida por fontes próximas do presidente do governo espanhol, que também garantem que a visita foi uma iniciativa da Casa Real e não do governo.
Os protestos, registados durante a visita do rei Felipe VI e de Pedro Sánchez, ficaram marcados por insultos e objetos atirados aos responsáveis políticos. Para os membros do governo de Pedro Sánchez citados pelo jornal, este foi um acontecimento que “colocou em evidência a extrema direita, a antítese da política“.
O ambiente no governo de Sánchez, acrescenta o jornal, é de desolação mas, também, algum arrependimento relacionado com erros no planeamento da visita, que proporcionaram os momentos de grande tensão que foram registados pelos meios de comunicação social. Essa tensão foi sentida tanto na visita do rei Felipe VI como do chefe do governo espanhol, com ambos a serem alvo de arremessos de pedras e lama.
“Vistas as consequências, claramente não foi uma decisão acertada. Mas, enfim… Estas coisas podem acontecer, sobretudo se são organizadas por grupos da extrema direita”, disse ao El País uma fonte do governo de Sánchez, que insiste que tudo foi causado por “grupos que se aproveitam do mal-estar da população”.
Apesar de se admitir que a iniciativa política teve erros de planeamento, ninguém no governo de Sánchez esperava algo assim, indicam as fontes citadas pelo jornal. Foi a Casa Real que impulsionou a visita, porém, o governo, que lidera um regime de monarquia parlamentar em que o rei não governa, tem sempre a última palavra – ou seja, explicam estas fontes, a visita poderia ter sido cancelada, mas nesta ocasião optou por fazer as coisas como pedia a Casa Real.
Algumas fontes do governo espanhol sinalizaram que houve responsáveis do governo a desaconselhar a visita, mas o El País garante, citando fontes próximas de Sánchez, que não foi assim. O que as fontes concordam é que foi a Casa Real quem mais se empenhou na necessidade de visitar aquelas populações.
“Provavelmente não era o momento mais oportuno… É possível que tenha havido um erro de cálculo”, afirmou o ministro dos Transportes, Óscar Puente, numa entrevista televisiva. Pedro Sánchez, por seu turno, desvalorizou publicamente o sucedido: “Não vamos distrair-nos com a violência de alguns elementos marginais. A maioria da sociedade rejeita qualquer tipo de violência como aquela que vimos hoje”.