O ministro da Defesa Nacional visitou na segunda-feira uma das maiores feiras internacionais do setor, em Paris, com a modernização dos estaleiros do Arsenal do Alfeite em vista, e reuniu-se com o seu homólogo francês.

De acordo com informação divulgada pela tutela, Nuno Melo visitou a Euronaval em Paris “com as indústrias de Defesa e o futuro do Arsenal do Alfeite na agenda”.

O governante foi acompanhado pelo presidente executivo do Conselho de Administração do Arsenal do Alfeite SA (AASA), Bernardo Soares, e o vogal executivo do Arsenal, Francisco Rebocho Antunes, além do Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo e o Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castello-Branco.

Nuno Melo esteve reunido com empresários portugueses na Euronaval, “uma das maiores feiras mundiais na área da Defesa, numa altura em que se decide a modernização do Arsenal do Alfeite” e “elogiou a capacidade e a tecnologia das empresas nacionais e o seu contributo para o desenvolvimento das indústrias de Defesa”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De acordo com um comunicado do ministério, o governante visitou o pavilhão de Portugal “e inteirou-se dos modelos disponíveis no mercado”.

No final da visita, Nuno Melo reuniu-se com o seu homólogo, Sébastien Lecornu, ministro das Forças Armadas de França, e de acordo com a tutela, os dois políticos “debateram o reforço da cooperação bilateral” entre Portugal e França no âmbito das indústrias de Defesa.

Onze empresas portuguesas estão representadas até quinta-feira na Euronaval, entre as quais, a Tekever, Thales Edisoft, EID, Blue Oasis, Beyond Composite, Oceanscan, Vera Navis, Lusospace, Meditor, Ricardo&Barbosa, Beyond Vision, responsáveis pela produção de drones, veículos não tripulados submarinos e sistemas de comunicações e integração de sistemas, moldes, ferramentas de alta precisão, arquitetura naval e engenharia naval.

No passado dia 29 de outubro, numa audição na Assembleia da República, o ministro da Defesa Nacional considerou que o modelo societário do Arsenal do Alfeite vai ter de ser repensado, salientando que, caso se mantenha como empresa pública reclassificada, não conseguirá resolver os problemas que tem atualmente.

Nuno Melo afirmou que o Arsenal do Alfeite “tem de facto de ser salvo, mas tem de ser salvo numa conjuntura que é muito difícil”, salientando que as suas infraestruturas estão obsoletas, “são pensadas para o século passado” e inadequadas “para a Marinha do século XXI”.

O Arsenal do Alfeite já atravessou, no passado, graves problemas financeiros que se chegaram a traduzir em atrasos de salários e até do subsídio de Natal em 2020 aos mais de 400 trabalhadores que constituem esta empresa, responsável pela reparação e manutenção dos navios da Marinha portuguesa.