A administração Trump vai ter mais um milionário para se juntar a Elon Musk e Vivek Ramaswamy. Doug Burgum, o discreto governador da Dakota do Norte, vai ser o secretário da Administração Interna, anunciou o Presidente eleito numa gala em Mar-a-Lago na quinta-feira à noite. Burgum terá nas mãos mais de 20 milhões de hectares de terras federais, para levar a cabo a máxima drill, baby, drill (“perfurem, malta, perfurem”, numa tradução livre) de Trump em busca do “ouro líquido” — o petróleo.
“Vamos fazer coisas com a energia e com a terra, vai ser incrível”, declarou Trump no momento do anúncio, acrescentando que Burgum seria “fantástico” como secretário. A experiência política de Burgum desenha-se com dois mandatos consecutivos como governador e uma candidatura presidencial no ano passado, que abandonou rapidamente para apoiar Trump.
Ao longo da campanha, foi-se aproximando de Trump e tornou-se o ponto de ligação a uma série de financiadores milionários, com ligações à indústria do petróleo, incentivando-os a contribuírem para a campanha republicana. Ao todo, os seus contactos valeram mil milhões de dólares a Donald Trump. Foi ainda dos principais autores dos pontos do programa eleitoral relativos às políticas de energia.
“Qual seria a prioridade número 1 que o Presidente Trump poderia fazer no Dia 1? Será parar todos os ataques hostis contra toda a energia americana, seja eletricidade, seja petróleo, seja gás, há um ataque contra os combustíveis líquidos”, afirmou em maio, durante uma campanha de angariação de fundos, citado pelo Washington Post.
Apesar de ter feito fortuna no campo da tecnologia — o ponto de viragem foi a venda da empresa que fundou à Microsoft em 2001 — e se ter dedicado à política nos anos mais recentes, “não é nenhum desconhecido da gestão de terras vastas”, nota a Forbes. Isto porque “financiou a sua primeira empresa hipotecando terras agrícolas que herdou e atualmente possui terras e casas em pelo menos quatro estados”, recorda a revista.
Doug Burgum chegou a criticar o seu adversário a governador da Dakota do Norte, em 2016, por aceitar doações de empresas ligadas à exploração de gás e petróleo. Mas quando chegou ao cargo, passou ele mesmo a aceitar essas fontes de financiamento, lembra o New York Times, destacando que a economia desse Estado, na fronteira com o Canadá, depende em grande parte da exploração de combustíveis.