Oito pessoas morreram durante a passagem do tufão Man-yi pelas Filipinas no domingo, sete destas num deslizamento de terras no norte do arquipélago, segundo uma responsável da agência local de gestão de catástrofes.
O deslizamento de terras, que também feriu outras três pessoas, ocorreu na província de Nueva Vizcaya, a norte de Manila, na ilha de Luzon, disse Kristine Falcon à agência de notícias AFP.
Um homem de 79 anos morreu na província de Camarines Norte, a leste de Manila, depois da motorizada que conduzia ter entrado em contacto com uma linha de energia que tinha caído, disse a polícia.
O serviço meteorológico nacional tinha alertado para o impacto “potencialmente catastrófico” do tufão Man-yi que atingiu as Filipinas no domingo, mas o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, disse esta segunda-feira que “não foi tão grave” como se havia pensado.
Ventos com uma média de 185 quilómetros por hora, com rajadas a atingir os 305 quilómetros por hora, foram registados depois de Man-yi ter atingido a costa filipina na tarde de domingo na província de Aurora, na ilha de Luzon.
O tufão arrancou árvores, derrubou linhas de energia, destruiu casas de madeira e provocou deslizamentos de terras. O supertufão Man-yi foi despromovido à categoria de tufão no domingo, ao passar pela ilha de Luzon, e segue esta segunda-feira em direção ao Vietname.
Mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas com a aproximação de Man-yi, a sexta tempestade a atingir o arquipélago desde o mês passado.
Pelo menos 171 pessoas morreram na série de tempestades tropicais que começaram em meados de outubro, deixando milhares de desalojados e destruindo culturas e gado.
Supertufão Man-yi “não foi tão grave” como se esperava, diz Presidente das Filipinas
A passagem do Man-yi pelas Filipinas “não foi tão grave” como era esperado, disse esta segunda-feira o Presidente Ferdinand Marcos Jr., apesar da agência meteorológica filipina ter alertado para o impacto “potencialmente catastrófico” do supertufão.
“Embora o [Man-yi] tenha sido forte, o impacto não foi tão grave como temíamos”, disse Marcos, de acordo com uma transcrição oficial dos comentários do chefe de Estado, fornecida aos meios de comunicação social.
“Vamos agora continuar a resgatar pessoas que estão em zonas isoladas e continuar a ajudar os deslocados que não têm dinheiro para preparar as suas próprias refeições e que não têm água disponível”, disse o Presidente.
As regiões de Macau e Hong Kong, no sul da China, emitiram esta manhã o sinal de tempestade tropical n.º1 e disseram estar a ponderar elevar o alerta para o n.º3 (o segundo nível numa escala de cinco) entre a noite desta segunda-feira e a madrugada de terça-feira.
O raro número de tempestades e tufões consecutivos que assolaram Luzon em apenas três semanas causou pelo menos 163 mortes, afetou nove milhões de pessoas e provocou danos tão consideráveis nas comunidades residenciais, nas infraestruturas e nas terras agrícolas que as Filipinas poderão ter de importar mais arroz, um alimento básico para a maioria dos filipinos.
De acordo com a Autoridade da Aviação Civil das Filipinas e a Guarda Costeira, pelo menos 26 aeroportos nacionais e dois aeroportos internacionais foram encerrados provisoriamente e os serviços de ferry e de transporte de mercadorias entre ilhas foram suspensos devido ao mar agitado, deixando milhares de passageiros e utentes retidos.
As Filipinas são fustigadas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano, são frequentemente atingidas por terramotos e têm mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que as torna um dos países mais propensos a catástrofes do mundo.
Artigo atualizado às 11:51