O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, recebeu esta sexta-feira o seu homólogo chinês, Zhao Leji, visita que teve como objetivo reforçar a cooperação entre os órgãos legislativos de Portugal e da China.

Zhao Leji preside ao Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional da República Popular da China, é oficialmente a segunda figura do regime chinês e está a visitar Portugal no âmbito de um périplo de nove dias pelo sul da Europa, que inclui deslocações a Espanha e à Grécia.

O presidente da Assembleia Popular Nacional da China foi recebido por José Pedro Aguiar-Branco às 10h00, com honras militares, hinos dos dois países e revista à Guarda de Honra.

Os presidentes dos parlamentos de Portugal e China tiveram depois um encontro a sós, antes da reunião que juntou as delegações dos dois países. No percurso entre os locais das duas reuniões, José Pedro Aguiar-Branco deu breves explicações sobre as zonas históricas dos Passos Perdidos e da sala de sessões do parlamento.

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A visita de Zhao Leji ao parlamento terminou com uma fotografia oficial tirada na Sala do Senado da Assembleia da República. Durante esta visita do “número dois” da hierarquia chinesa, não houve declarações aos jornalistas.

Na quinta-feira, Zhao Leiji foi recebido em São Bento pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

No final da visita, na rede social X (antigo Twitter), Luís Montenegro escreveu que “Portugal e a China possuem uma relação de amizade com raízes sólidas, que passam também por Macau”. “Abordei com o presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular da República Popular da China, Zhao Leji, oportunidades para o reforço da nossa cooperação bilateral e multilateral em domínios de interesse comum”, adiantou o líder do executivo português na sua mensagem.

Constitucionalmente, a Assembleia Popular Nacional é o “supremo órgão do poder de Estado na China” e o seu plenário anual decorre todos os anos, em março, durante dez dias, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

Zhao Leji é oficialmente o número dois da hierarquia chinesa, a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e Presidente, Xi Jinping. O primeiro-ministro, Li Qiang, é o número três.

A China tornou-se, na última década, o quarto maior investidor direto estrangeiro em Portugal. Empresas chinesas, estatais e privadas, detêm uma posição global avaliada em 11,2 mil milhões de euros na economia portuguesa, segundo o Banco de Portugal (BdP). Os investimentos abrangem as áreas da energia, banca, seguros ou saúde.

Em 2018, os dois países assinaram um memorando de entendimento sobre a iniciativa “Faixa e Rota”, um megaprojeto de infraestruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência global através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas.

Nos últimos anos, tornaram-se menos frequentes as visitas de altos funcionários do Governo português ao país asiático, que até à pandemia da covid-19 se realizavam quase mensalmente.