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O Presidente argentino, Javier Milei, anunciou que o país está a trabalhar com Israel num acordo “em defesa da liberdade, da democracia, no combate ao terrorismo e à ditadura”.
Milei fez o anúncio quinta-feira, na capital argentina, durante um encontro com empresários dos dois países, no qual disse que o objetivo é “fortalecer a amizade que existe historicamente entre Israel e a Argentina”.
Num discurso, o chefe de Estado destacou as boas relações entre Buenos Aires e Telavive, que considera, juntamente com os Estados Unidos, o “mais importante parceiro geopolítico” da Argentina.
Milei sublinhou “a afinidade natural que tem com o povo de Israel, mas também a convicção imperturbável de acompanhar, ajudar e trabalhar em conjunto com o Estado de Israel” sempre que possível.
O Presidente justificou o memorando com o Governo israelita alegando que “os kirchneristas fizeram um memorando com o Irão”.
Em 2013, a então Presidente argentina Cristina Kirchner assinou um acordo com Teerão que previa a criação de uma “comissão da verdade” para investigar um ataque à bomba contra a Associação Mutualista Israelita-Argentina em Buenos Aires em 1994.
O acordo, que permitiria que procuradores argentinos viajassem até ao Irão para interrogar os acusados, foi ratificado pelo Congresso de Buenos Aires, mas não pelo Parlamento iraniano.
“Assinaram pactos espúrios de silêncio e cumplicidade com o crime”, acusou Milei, que defendeu que o seu Governo tem avançado com “sanções, alianças em defesa da justiça e da liberdade”.
Horas antes, o Presidente argentino criticou os mandados de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant.
A decisão ignora “o direito legítimo de Israel de se defender perante os constantes ataques de organizações terroristas como o Hamas e o Hezbollah”, escreveu Milei na rede social X.
Declaración de la República Argentina en defensa de Israel
La República Argentina manifiesta su profundo desacuerdo con la reciente decisión de la Corte Penal Internacional (CPI) de emitir órdenes de arresto contra el Primer Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, y el…
— Javier Milei (@JMilei) November 21, 2024
O TPI emitiu na quinta-feira mandados de captura contra Netanyahu, Gallant e o chefe do braço militar do movimento islamita palestiniano Hamas, Mohammed Deif, cuja morte foi reivindicada por Israel.
Segundo Israel, Deif foi morto num ataque a 13 de julho no sul da Faixa de Gaza, embora o Hamas negue a sua morte
Milei visitou Israel em fevereiro e causou controvérsia, tanto ao comparar o ataque do Hamas ao Holocausto como ao anunciar a intenção de transferir a embaixada argentina para Jerusalém.
O Ministério da Saúde em Gaza afirma que pelo menos 44.056 pessoas foram mortas no enclave desde o início da guerra, desencadeada por um ataque sem precedentes levado a cabo pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que matou cerca de 1.200 pessoas e que fez perto de 250 reféns.
Presidente argentino defende nova aliança política, comercial e militar com os EUA
Israel lançou uma campanha de bombardeamentos e uma ofensiva terrestre, causando mais de 104 mil feridos na Faixa de Gaza e levando à deslocação de quase todos os 2,4 milhões de habitantes da região, que se encontra numa situação de catástrofe humanitária.