Calin Georgescu, um candidato sem partido que é conhecido pelas suas posições nacionalistas e anti-NATO, terá vencido a primeira volta das eleições presidenciais na Roménia, de acordo com as sondagens à boca das urnas. Numa fase em que os votos ainda não estão todos contados, Georgescu lidera as sondagens com quase 23% dos votos, ao passo que o atual primeiro-ministro (de centro-esquerda), Marcel Ciolacu, supera apenas ligeiramente os 19%.

Além destes dois candidatos, Elena Lasconi, do partido de centro-direita União de Salvação da Roménia, terá tido uma votação muito próxima de Ciolacu, com apenas algumas décimas de diferença. Ainda assim, poderá ser o suficiente para ficar de fora de uma segunda volta que, de acordo com as projeções, seria disputada entre estes dois candidatos mais centristas.

Recentemente, Georgescu, que usa sobretudo a rede social TikTok para passar a sua mensagem política, apelou ao fim do apoio da Roménia à Ucrânia e criticou a presença de uma estação de defesa antimíssil da NATO no país, considerando esse facto como uma “vergonha para a diplomacia”.

Nos últimos anos, a Roménia assumiu uma posição claramente pró-Ucrânia, sob a liderança (executiva) de Ciolacu, bem como do presidente cessante Klaus Iohannis. O país é, também, um canal fundamental para as exportações agrícolas da Ucrânia e também entregou forneceu à Ucrânia um sistema de defesa anti-aérea (Patriot).

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A Roménia tem uma fronteira de cerca de 610 quilómetros com a Ucrânia e em várias ocasiões foram encontrados destroços de drones russos no lado romeno da fronteira – o que obrigou Bucareste a reforçar as medidas de segurança naquela zona.

Georgescu abandonou o partido a que pertencia em 2022, ano em que a Rússia invadiu a Ucrânia, depois de ter sido criticado pelas suas opiniões abertamente pró-Rússia e anti-NATO. No passado, tinha elogiado o líder fascista romeno da época da Segunda Guerra Mundial, Ion Antonescu, considerando-o um herói nacional.

Ao longo da sua carreira, Georgescu chegou a ser relator especial no Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e trabalhou como especialista em desenvolvimento sustentável e no setor ambiental.

A segunda volta das eleições está marcada para dia 8 de dezembro.