O motorista da Carris que ficou em estado grave depois de o autocarro que conduzia ter sido incendiado, durante os tumultos que se seguiram à morte de Odair Moniz, reagiu à notícia das dez detenções de pessoas suspeitas pelo crime dizendo que este é “um dia de alívio”.

Ao Diário de Notícias, o motorista, identificado apenas como Tiago, disse esperar que os responsáveis “paguem” e sejam condenados pelo crime que cometeram. E contou detalhes do momento em que estava de serviço, pelas 2h da madrugada do dia 24 de outubro, quando viu que um grupo de pessoas vinha em direção ao autocarro com “garrafas na mão” — garrafas essas que continham combustível — e tentou, sem sucesso, fechar as portas do autocarro para escapar ao perigo.

Sem ter conseguido fazê-lo a tempo, acabou por ter um dos indivíduos a apontar-lhe uma pistola à cabeça. E foi então que viu o combustível que estava nas garrafas a “escorrer” — e que um dos culpados pegou fogo ao autocarro. “A certa altura, percebi que iria morrer ali”, descreve em declarações ao jornal.

Não morreu, mas ficou internado em estado grave no hospital de Santa Maria depois do ataque, que aconteceu na zona de Santo António de Cavaleiros, em Loures.

Esta quarta-feira a Polícia Judiciária interrogados dez suspeitos, que respondem em coautoria por crimes como homicídio na forma tentada.

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