O Tribunal Constitucional da Roménia ordenou, esta quinta-feira, a recontagem dos votos da primeira volta das eleições presidenciais romenas, que tiveram lugar no passado domingo, após uns resultados considerados surpreendentes.
Numa nota publicada no site oficial, uma das principais instituições jurídicas na Roménia disse que recebeu “pedidos de anulação das eleições” e determinou uma nova “verificação e recontagem de todos os votos, incluindo os votos válidos e inválidos”, num processo que o Tribunal Constitucional estipula que esteja finalizado até esta sexta-feira às 14h00 (menos duas horas em Lisboa).
A primeira volta das presidenciais foi vencida por Călin Georgescu, conectado com a extrema-direita e que defende políticas anti-NATO. O candidato obteve 22,94%. O resultado foi tido como surpreendente, sendo que as sondagens davam a vitória a Marcel Ciolacu, o candidato do Partido Social Democrata (PSD) romeno, de centro-esquerda.
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Numas eleições com duas fases em que passam à seguinte ronda os dois candidatos mais votados, a antiga jornalista Elena Lasconi, pertencente ao partido liberal Salve a União Romena, ficou em segundo lugar com 19,18%, mas muito próxima de Marcel Ciolacu, que obteve 19,15%.
Elena Lasconi obteve apenas mais 2.740 votos do que Marcel Ciolacu, do PSD, um dos partidos hegemónicos da Roménia desde a queda do regime comunista. A confirmar-se os resultados, seria a primeira vez que o Partido Social Democrata não iria a uma segunda volta das eleições presidenciais.
Uma das queixas feitas ao Tribunal Constitucional foi feita por Cristian Terhes, eurodeputado de extrema-direita que ficou em nono lugar na votação de domingo. Acusa um dos partidos — em particular o de Elena Lasconi — de ter continuado a fazer campanha online após o prazo autorizado.
O Tribunal Constitucional rejeitou um outro recurso, recebido “tardiamente”, que denunciava o financiamento pouco transparente da campanha de Calin Georgescu.